As mães das três jovens baleadas durante uma abordagem policial no bairro do Vergel do Lago, em Maceió, relataram o desespero ao receber a notícia de que suas filhas haviam sido atingidas por disparos na noite de quinta-feira (13).
Em entrevista a TV Pajuçara, uma das mães, que estava trabalhando com sururu no momento do ocorrido, contou que foi surpreendida pela filha chegando aos prantos, acompanhada das amigas. “Ela estava brincando e já chegou chorando com as meninas, me falaram que ela foi baleada. Eu olhei e o pé dela estava sangrando, com um buraco na perna. Eu não aguentei”, disse.
Ela também afirmou que levou a filha ao Hospital Geral do Estado (HGE) e, após a alta, foi procurada pelos policiais envolvidos na ocorrência, que se ofereceram para comprar os medicamentos receitados. No entanto, ela recusou a ajuda e cobrou mais segurança na região.
Cristiane, mãe de outra vítima, também soube do caso enquanto trabalhava e ficou em choque ao receber a notícia. Além disso, ela denunciou a forma como a Polícia Militar atua no bairro. “Eu pensei que ela estava morta. Eles não respeitam ninguém, quebram tudo dos outros e vão entrando. Aqui [no Vergel] mora gente, não é cachorro, não. Moram pais de família e trabalhadores”, desabafou.
Já as vítimas relataram que passavam pelo local e pararam para observar um homem, suspeito de violência doméstica, fugindo da polícia. Segundo elas, o suspeito correu para perto de onde estavam, momento em que os disparos foram efetuados pelos militares, atingindo as três meninas.
“Eu fiquei achando que ia morrer. Foi desesperador, eu fiquei nervosa. E agora eu estou bem”, contou uma das vítimas, de 11 anos.
Em nota, a Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) informou na manhã desta sexta-feira (14), que a Polícia Militar de Alagoas já iniciou a apuração dos fatos para esclarecer todas as circunstâncias da ocorrência.
Além disso, esclarece que uma equipe da PM atendeu uma ocorrência de violência doméstica, na noite de ontem, e que durante a abordagem, o suspeito tentou tomar a arma de um dos policiais. Por isso, a pasta afirma que foi necessário efetuar um disparo de arma de fogo.
“Infelizmente, duas menores foram atingidas por estilhaços. Ambas receberam atendimento imediato e foram encaminhadas ao Hospital Geral do Estado (HGE). Uma delas sofreu um ferimento superficial, enquanto a outra foi atingida na perna”, finaliza.