O volume de serviços em Alagoas apresentou um acumulado de crescimento de 1,7% ao longo de 2024, enquanto no mês de dezembro houve uma retração significativa de -2,6% em relação ao mês anterior, segundo dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) divulgados pelo IBGE. Esses resultados contrastam com o desempenho nacional, que acumulou alta de 3,1% no ano, embora também tenha registrado um recuo de -0,5% em dezembro.

A desaceleração observada em Alagoas reflete uma conjuntura local de maior vulnerabilidade a fatores econômicos adversos no setor de serviços. Em dezembro, a retração estadual foi mais acentuada do que a média nacional, indicando um impacto mais forte na economia regional. Apesar disso, o acumulado positivo de 1,7% em 2024 sinaliza algum crescimento, ainda que modesto, no contexto de uma economia em recuperação.

Desempenho nacional: anos consecutivos de crescimento, mas desafios no fim de 2024

No Brasil como um todo, o volume de serviços cresceu 3,1% em 2024, marcando o quarto ano consecutivo de expansão. Entretanto, o recuo de -0,5% em dezembro, somado à queda de -1,4% em novembro, resultou em uma perda acumulada de 1,9% nos últimos dois meses do ano. Ainda assim, o setor permanece 15,6% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e apenas 1,9% abaixo do ponto mais alto da série histórica (outubro de 2024).

Rodrigo Lobo, gerente da PMS, destaca que o desempenho positivo acumulado entre 2021 e 2024 representa um crescimento de 27,4%, mas alerta que cada ano teve dinâmicas distintas. Em 2024, o crescimento nacional foi impulsionado principalmente pelos setores de serviços de informação e comunicação (6,2%) e de serviços profissionais, administrativos e complementares (6,2%).

Em 2024, os serviços avançaram 3,1%, com 4 setores mostrando crescimento. Os destaques ficaram com serviços de informação e comunicação (6,2%) e profissionais, administrativos e complementares (6,2%). No primeiro ramo, destacaram-se telecomunicações e serviços de TI.

Ele completa que, no campo negativo, o destaque foi para o setor de transportes, pressionado pela menor receita auferida pelo transporte rodoviário de cargas, visto que a menor safra em 2024 gerou menores fretes.

Ao fazer uma retrospectiva dos anos consecutivos de resultados positivos, o gerente da PMS lembra que, em 2021, ao crescer 10,9%, o setor de serviços recuperou integralmente a perda de 7,8% verificada em 2020 (ano mais crítico da pandemia da Covid-19). Todos os setores mostraram taxas positivas, com destaque para os avanços vindos do setor de transporte (15,2%) e de informação e comunicação (9,5%).

Já em 2022, os serviços cresceram 8,3%. O grande destaque foi o setor de transportes, impulsionado novamente pelo transporte rodoviário de cargas, pelo rodoviário coletivo de passageiros e pelo transporte aéreo. Os dois últimos segmentos explicados por um certo retorno à normalidade, pois houve grande aumento da mobilidade urbana seja para fins de trabalho ou lazer.

Em 2023, os serviços cresceram 2,9%, com destaque para informação e comunicação (3,6%) e profissionais, administrativos e complementares (5,9%). Apenas outros serviços tiveram queda (-1,8%).

Lobo salienta que de 2021 a 2024 os serviços prestados às famílias cresceram, ainda que não tenham sido protagonistas. Em 2021 e 2022, na esteira da recuperação da pandemia, e em 2023 e 2024 consolidando o avanço por meio de melhorias no nível de renda e recordes de emprego, que elevaram o consumo de serviços como restaurantes, espetáculos teatrais e musicais e hotéis.

Volume de serviços recua 0,5% em dezembro, segundo resultado negativo seguido

O recuo do volume de serviços (-0,5%), observado na passagem de novembro para dezembro foi acompanhado por três das cinco atividades investigadas, com destaque para a retração vinda de outros serviços (-4,2%), que mostrou a queda mais intensa desde janeiro de 2023 (-11,2%).

Os demais recuos ficaram com profissionais, administrativos e complementares (-0,7%) e informação e comunicação (-0,7%), com o primeiro setor registrando o segundo revés seguido, com perda acumulada de 3,9%; e o último eliminando praticamente todo o ganho assinalado em novembro (0,9%).

Por outro lado, os serviços prestados às famílias (0,8%) tiveram o avanço mais relevante, acumulando um crescimento de 7,8% entre maio e dezembro de 2024, enquanto os transportes (0,1%) mostraram uma ligeira variação positiva, depois de recuarem 3,5% em novembro.

Turismo cresce 2,8% em dezembro e 3,5% em 2024

O índice de atividades turísticas da PMS teve alta de 2,8% frente a novembro. Com isso, o segmento de turismo se encontra 14,6% acima do patamar de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e renova o ápice da sua série histórica.

Regionalmente, 12 dos 17 locais pesquisados acompanharam este movimento de expansão verificado na atividade turística nacional (2,8%). A contribuição positiva mais relevante ficou com São Paulo (4,1%), seguido por Rio de Janeiro (1,4%), Pará (9,2%) e Rio Grande do Sul (2,6%). Em sentido oposto, Santa Catarina (-3,8%) liderou as perdas do turismo, seguido pelo Distrito Federal (-2,0%) e Paraná (-1,0%).

Na comparação entre dezembro de 2024 e dezembro de 2023, o índice de volume de atividades turísticas no Brasil apresentou expansão de 9,5%, sétimo resultado positivo seguido. Em termos regionais, 15 das 17 unidades da federação onde o indicador é investigado mostraram avanço nos serviços voltados ao turismo, com destaque para São Paulo (11,5%), seguido por Rio de Janeiro (9,6%), Bahia (11,3%), Minas Gerais (5,6%) e Paraná (10,9%).

Transportes de passageiros sobe 0,9% em dezembro e fecha ano com expansão de 2,8%

O volume de transporte de passageiros no Brasil registrou expansão de 0,9% na passagem de novembro para dezembro, após ter recuado 6,3% no mês anterior. Dessa forma, o segmento se encontra 5,6% acima do nível de fevereiro de 2020 (pré-pandemia) e 18,4% abaixo de fevereiro de 2014 (ponto mais alto da série histórica).

No confronto com dezembro de 2023, sem ajuste sazonal, o transporte de passageiros mostrou expansão de 14,9% em dezembro de 2024, quarto resultado positivo seguido.

Já no indicador acumulado de janeiro a dezembro de 2024, o transporte de passageiros mostrou expansão de 2,8% frente a igual período de 2023.

Por sua vez, o volume do transporte de cargas recuou 1,3% em dezembro, segundo revés consecutivo, com perda acumulada de 2,7% nos dois últimos meses do ano. Dessa forma, o segmento se situa 8,3% abaixo do ponto mais alto de sua série (julho de 2023). Com relação ao nível pré-pandemia, o transporte de cargas está 31,8% acima de fevereiro 2020.

No confronto com dezembro de 2023, sem ajuste sazonal, o transporte de cargas recuou 2,2%, registrando, assim, a segunda queda seguida.

Já no indicador acumulado de janeiro a dezembro de 2024, o transporte de cargas recuou 2,3% frente ao ano anterior.

*Com IBGE