Em entrevista ao Podcast Canhão, do jornalista Widerlan Araújo, no dia de ontem, 10 de fevereiro, a deputada estadual Cibele Moura (MDB) – ou seja: do partido cujo enxadrista-mor é o senhor Renan Calheiros – evitou tecer maiores críticas ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), ao livrá-lo da mira do canhão.
Para quem não conhece o programa (acho difícil, diante do trabalho excelente feito por Widerlan Araújo), o quadro da “mira do canhão” funciona da seguinte forma: se o entrevistado desaprova a pessoa que aparece em uma tela, ele mira o canhão. Se nada tem contra, livra a pessoa do tiro metafórico da potente arma.
Ao ser confrontada se mirava ou não o canhão para JHC, Moura livrou o prefeito da capital alagoana do disparo e fez uma análise de contexto para explicar sua decisão. Ela lembrou que, da primeira vez em que o gestor do PL disputou o Executivo municipal, JHC teve o apoio dela, mas “no segundo turno”. “É bom pontuar que, no primeiro turno, eu votei no (ex-deputado estadual) Davi Davino (Filho)”, colocou a parlamentar.
“JHC nunca foi meu aliado de primeira ordem, digamos assim”, complementou. Moura frisou que o prefeito e ela estão em campos políticos opostos e – por isso – “o afastamento é natural”. Porém, a emedebista revelou, de certa forma, que da mesma maneira que há divergência no que ambos (ela e JHC) pensam para Alagoas, também há semelhanças em outros pontos, mas não entrou em detalhes.
Todavia, diante do ambiente polarizado em que coloca de um lado o bloco de JHC e do outro o do MDB dos Calheiros, mesmo tendo grupo definido, Cibele Moura enfatizou: “o que Alagoas vive hoje de ter dois grupos políticos importantes é bom para a política alagoana”.
No mais, ainda que pertencendo ao MDB do senador Renan Calheiros e do ministro dos Transportes do governo Lula, Renan Filho, Cibele Moura – ao ser indagada sobre se votaria novamente no atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT) – respondeu o seguinte: “Eu torço muito que não vá nem ele (Lula) nem o (ex-presidente Jair) Bolsonaro. Eu torço muito que tenha, e sei que é uma opinião forte, um terceiro candidato. A solução do país é fora da briga ideológica como está sendo hoje. O Brasil precisa discutir seriamente os problemas do Brasil. E esses problemas não são os que dão ‘like’ na internet”.