A institucionalidade da política racial do estado de Alagoas é parda, igualzinho papel de embrulho.
Um pardismo conveniente, um hiato entre a colônia internalizada, socialmente e territórios, representatividades, identidades, pertencimento.
As ações embrulhadas em um oco do nada, do faz de contas das redes sociais, não provocam inquietações nas gentes antirracistas, que se põem na janela, feito observadoras passivas.
Omissão claustrofóbica, indiferenciada.
Uma multidão hiperbólica parindo o silêncio acentuado, coletivo diante da gritante ausência de diálogos institucionais.
E o que mais assombra são as pseudo vozes analíticas que , se omitem, perante a parcialidade do estado e apontam para o vizinho, vociferando: o governo de fulano é a racista!
E o de Paulo Excelência, também não o é?
Para ativistas que comungam do governo de Paulo Excelência fazer de conta que está tudo bem, dentro de um universo insidioso do racismo e a ausência gritante de politicas públicas antirracista, é também, uma faceta consolidada do racismo estrutural gestado pelo estado alagoano.
Esquerda-direita-volver.
Controle social?
E todo mundo lava as mãos.
Pilatos?
A atuação da Secretaria de Estado da Mulher e Direitos Humanos é pífia, insignificante, as políticas antirracistas empacaram, são faz-de-conta, instagramáveis, ou nunca saíram do lugar.
O estado de Alagoas é resistente, negligente com o compromisso institucional para inserção das políticas de enfrentamento ao racismo estrutural.
E a sociedade letrada, racialmente, ao silenciar, se faz cúmplice.
19.267 dias do governo de Paulo-Excelência e a SEMUDH, como articuladora das políticas, está dando palco para o racismo.
É o não-lugar, ou o ‘Lugar de Cale-se’, de Maria Rita Kehl?
E agora, Paulo-Excelência?
26/04/2023,