Aliados do presidente Lula informam que ele andou dizendo o seguinte sobre as eleições gerais de 2026: “Troco cinco governadores por um senador”. É o que todo mundo fala por aí: a guerra política pra valer nos próximos anos terá no Senado o palco principal. Por lá, a direita já faz a festa – e pode ficar ainda mais forte nas urnas do ano que vem. Projeções nesse sentido se repetem nos corredores do poder e na imprensa.
Se as profecias se consolidarem, a oposição pode assumir de vez o controle do Senado a partir de 2027. Com maioria na Casa, o bolsonarismo e a direita em geral tentariam emparedar o governo com pautas sob encomenda. Um dos objetivos prioritários é aprovar projetos contra o STF. A ideia mais grave é votar o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. O pedido está na Casa há pelo menos dois anos.
Os partidos no entorno de Bolsonaro fazem uma varredura nos estados em busca de candidatos competitivos. Michele Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro são apenas os nomes mais óbvios praticamente definidos para essa disputa. As chances da dupla são muito altas. Como se vê, a previsão para o governo é de uma bancada adversária ainda mais extremista. E como se dá a pescaria da direita no território alagoano?
São duas cadeiras em jogo. Se der a lógica, uma seguirá com Renan Calheiros, candidato a mais um mandato. A briga pela segunda vaga, esta sim, caminha para desfecho imprevisível. Arthur Lira, JHC, Davi Davino Filho, Paulão e Alfredo Mendonça são citados como eventuais postulantes. Não se espera que os cinco venham mesmo a ser candidatos. O natural é um acordo que evite o voto disperso. Cada caso é um caso.
Suspeito que Davino e Paulão teriam uma missão mais complicada. O prefeito de Maceió e o deputado Arthur Lira estão aí na briga pelo protagonismo. Depois da prefeitura (JHC), e depois da presidência da Câmara (Lira), os dois veem o Senado como uma escalada natural. Um toque de exotismo é que a titular atual é Eudócia Caldas, mãe do prefeito. Ela acaba de assumir o mandato após Rodrigo Cunha se eleger vice de seu herdeiro.
Nesse cenário, um dos nomes mais fortes seria o deputado federal Alfredo Mendonça. A derrota na eleição para prefeito de Maceió em 2020 fez bem a ele. Um dia após o segundo turno, botou o bloco na rua e não parou mais de subir. Está no páreo.
Renan Calheiros, que não pode vacilar, sendo reeleito, continuará na base de Lula. Os demais pré-candidatos à direita podem disputar o lugar de favorito do bolsonarismo, com o compromisso de turbinar a oposição ao governo. O jogo está aberto.