Ao contrário do que disse Gilberto Kassab, se a eleição presidencial fosse hoje, Lula venceria qualquer dos adversários citados como pré-candidatos. De Tarcísio de Freitas a Gusttavo Lima, de Eduardo Bolsonaro a Ronaldo Caiado, ninguém barraria a reeleição do petista. Foi o que mostraram pesquisas do Datafolha e da Quaest. Ainda assim, os adversários tentam emplacar a versão de que o presidente está eleitoralmente morto. 

Em entrevista à CNN Brasil, o gângster Ciro Nogueira, senador pelo Progressistas, foi na mesma linha de Kassab e decretou que, hoje, Lula perderia a eleição. No esforço para impor uma narrativa particular – e falsa –, os dois estadistas não se importam de passar vergonha. Nogueira e Kassab conhecem as pesquisas, sabem que estão mentindo, mas o que importa é acertar o inimigo. A grande onda de ataques a Lula foi deflagrada.

A essa altura, tem até pedido de impeachment sob a acusação de “pedalada fiscal” na gestão do programa Pé-de-Meia. A turma do golpismo nem tenta algo original – é a mesma lógica rudimentar usada para derrubar o governo Dilma. Não vai colar porque, apesar da histeria permanente, alimentada à base de fake news, o parlamento não tocará adiante essa bandalheira. Projeto com esse objetivo não será levado à pauta.

Inflação, viagens da primeira-dama, distribuição de refeições por ONGs e prejuízo nos Correios formam outro pacote usado contra Lula e o governo. Tudo isso pode, do dia pra noite, ganhar proporções mais temerárias. Não há dúvida de que a direita, em suas ramificações mais ou menos virulentas, atua para desestabilizar o panorama político de qualquer jeito. Porque é no caos que essa frente se dá bem pelo mundo afora.

Sabendo que o bicho tá pegando, Lula tenta mudar de assunto – falar de emprego, PIB em alta, mais habitação, programas para a agricultura etc. Ele inicia esta semana uma maratona de viagens pelo país. Quer mostrar serviço e entregar obras. Acha que assim o povo pode se ligar mais nas realizações de sua gestão. Parado não pode ficar.

O trabalho é duro e requer engajamento integral de todos os ministérios. Lula deve saber que enfrenta o maior desafio de sua carreira política, desde que venceu a eleição de 2002. Em outro mundo, não basta fazer o que fez no passado durante os dois mandatos que exerceu. A ver se o maior líder popular do país resistirá ao que está a caminho.