A economia de Alagoas passou por diversas fases marcantes ao longo de sua história, refletindo as transformações sociais, políticas e econômicas da região. Tivemos o ciclo do açúcar, que teve seu auge entre os séculos XVII e XVIII, quando a economia ficou fortemente marcada pela exploração do trabalho escravo.

Após o declínio do ciclo do açúcar, Alagoas experimentou um ciclo de prosperidade com o algodão, especialmente durante as décadas de 1930 e 1940. Com o avanço do século XX, Alagoas passou a vivenciar um processo de industrialização e urbanização nas décadas de 1950 e 1960. O fortalecimento de setores como a indústria têxtil, química e a construção civil promoveu o desenvolvimento econômico nas áreas urbanas, mas a migração rural para as cidades trouxe desafios relacionados à infraestrutura, à criação de empregos, habitação e serviços públicos.

Nas décadas mais recentes, a economia alagoana tem se diversificado, o setor de serviços, especialmente o turismo, também ganhou relevância, transformando Alagoas em um destino atrativo devido às suas belezas naturais. O uso do gás natural como um recurso energético acessível oferece uma atração adicional para indústrias. 

Ademais, o setor químico e plástico, o de logística e o de distribuição tem mostrado potencial de crescimento, contribuindo para uma economia mais diversificada e resiliente. Entretanto a emergente economia digital, com o desenvolvimento de startups de tecnologia, representa uma grande oportunidade para Alagoas, estimulando a inovação e atraindo jovens talentos.

Basta ir visitar o Centro de Inovação no Jaraguá, desenvolvido pelo governo do Estado, jovens ocupam as mesas e salas de reunião seja de dia, noite ou madrugada, inclusive nos fins de semana. Esse caldeirão de novas ideias deve ser estimulado e desenvolvido. O setor privado alagoano deveria se juntar a esses jovens sedentos para empreender, seja para serem investidores anjo, seja para orientar ou mesmo oferecer parcerias de negócios. 

A tecnologia não só cria oportunidades para o empreendedorismo entre os jovens, mas também abre caminhos para um crescimento econômico sustentável e inclusivo. É essencial que oportunidades sejam bem exploradas, promovendo a formação de parcerias entre o governo, universidades e a iniciativa privada. 

Investir em educação técnica e superior que atenda às demandas do mercado, além de incentivar a pesquisa e a inovação, pode colocar Alagoas em um caminho promissor de desenvolvimento. Afinal, estamos novamente no limiar de uma nova revolução tecnológica com o aperfeiçoamento da Inteligência Artificial – IA e temos centros de excelência como LACCAN, LED e o NEES, todos da UFAL – Universidade Federal de Alagoas.

O desenvolvimento de startups de tecnologia pode ser um catalisador significativo para impulsionar economias em lugares pobres e ajudar a retirar jovens da pobreza. Essas empresas frequentemente utilizam modelos de negócios inovadores que atendem a demandas específicas de comunidades marginalizadas. 

Esse ecossistema, quando desenvolvido, cria um ambiente propício ao desenvolvimento de habilidades digitais e tecnologia, equipando jovens com o conhecimento necessário para competir no mercado de trabalho global. Isso é especialmente importante para melhorar o acesso à educação e à informação de qualidade, ajudando a se criar um ambiente econômico mais robusto e inclusivo.

George Santoro