Os combustíveis vão ficar mais caros a partir deste sábado (1º de fevereiro). O motivo é o aumento na alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O reajuste valerá para todos os estados e ocorre em um momento de pressão sobre a política de preços da Petrobrás, que não reajusta há meses os valores cobrados em suas refinarias.
A mudança na cobrança do ICMS foi aprovada em novembro do ano passado, durante uma reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) com governadores de todas as unidades da Federação.
Com o reajuste, a gasolina subirá de R$1,37/por litro para R$ 1,47/por litro, um aumento de R$ 0,10 (dez centavos). Já o diesel subirá de R$ 1,06 /por litro, para R$ 1,12/ por litro, R$ 0,06 (seis centavos) a mais. O reajuste será repassado ao preço final dos combustíveis pago pelos consumidores.
De acordo com a economista Ana Cláudia Matos, o fato de a Petrobrás não reajustar os valores dos combustíveis há um tempo gerou uma certa defasagem nos valores cobrados no país e o aumento é uma forma do governo arrecadar mais impostos.
Para a economista, o reajuste afetará o setor de transportes, a inflação e, principalmente, o bolso dos consumidores.
“O reajuste deve aumentar a inflação e, principalmente, o preço dos alimentos, e alguns já estão bem caros. Tudo é transportado por caminhões e o valor do frete também deve subir, o que deverá ser passado para os produtos e, consequentemente para o consumidor”, explica a economista.
Ana Cláudia diz que o aumento do diesel deve impactar toda uma cadeia de alimentos como carne, frutas, legumes e verduras. “Passagens de ônibus intermunicipal e interestadual também podem ficar mais caras. No entanto, para os motoristas por aplicativo e para as famílias que têm despesas com gasolina, o impacto será muito pouco", completa.
“A alta nos combustíveis pode dificultar o controle da inflação, reduzindo o poder de compra da população e influenciando a confiança na economia. O aumento pode provocar ainda mais pressão inflacionária em uma economia que não está nem perto de confortável no país. O governo recorre a aumentar alguns tributos, como ICMS, para conseguir um retorno de arrecadação de forma mais rápida. Acredito que não deve ter um novo aumento de ICMS em 2025, acho que o governo vai tentar fazer essa revisão anualmente”, conclui a economista.