A competência da segurança no campus da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) é uma questão de dúvida. Após a Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP-AL) afirmar que realiza policiamento no entorno, mas que dentro da instituição a segurança ficaria a cargo da Polícia Federal, a PF negou que a ação é de sua responsabilidade e disse que cabe à Polícia Militar.

Em nota, divulgada na tarde desta sexta-feira (31), a Superintendência da Polícia Federal em Alagoas afirma que a manutenção da ordem pública no campus da UFAL é de responsabilidade da PM e que não recebeu nenhum ofício da instituição informando sobre o caso.

"A Superintendência da Polícia Federal em Alagoas esclarece que a manutenção da ordem pública no campus da UFAL é de responsabilidade da Polícia Militar e que não recebemos, até o momento, nenhum ofício da UFAL comunicando eventual prática criminosa em seu campus.", diz a nota da PF.

Ontem, 30, a SSP disse, também em nota,  que o policiamento ostensivo no entorno da Ufal é realizado pelo 12º Batalhão de Polícia Militar e destacou que a atuação dentro da universidade é de competência da Polícia Federal.

"A Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP-AL) informa que o policiamento ostensivo no entorno do Campus Maceió da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) é realizado diariamente pelo 12º Batalhão de Polícia Militar. No entanto, reforça que a atuação dentro das dependências da universidade é de competência da Polícia Federal, uma vez que se trata de uma área federal.

A SSP-AL reafirma seu compromisso com a segurança da população alagoana e com a integração das forças policiais, visando à redução contínua dos índices de violência no estado.", afirmou a SSP.

Mais cedo, a Reitoria da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) anunciou, por meio de nota à imprensa, a adoção de medidas administrativas para enfrentar os recentes episódios de insegurança no Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes (ICHCA), localizado no Campus A. C. Simões, em Maceió. 

A decisão foi tomada após reunião com a direção do instituto, coordenadores de cursos e técnicos administrativos, depois da suspensão das aulas presenciais em 11 cursos do ICHCA devido a problemas estruturais e de segurança para servidores, docentes e discentes.

Entre as medidas implementadas estão a ampliação da segurança privada no Instituto, a determinação para que a abertura e fechamento das salas sejam realizadas exclusivamente pela equipe de segurança, a flexibilização dos horários de expediente dos servidores e a inserção do tema como ponto de pauta prioritário na primeira sessão do ano do Conselho Superior Universitário (Consuni). A reunião do Consuni está marcada para a próxima terça-feira, 4 de fevereiro, e contará com a participação de conselheiros docentes, técnicos e discentes para deliberações adicionais.

A Reitoria destacou a importância de envolver o Conselho Acadêmico do Instituto no processo de decisão, garantindo a escuta de diferentes segmentos da comunidade universitária em respeito às bases democráticas da instituição. No encontro do Consuni, a discussão sobre a segurança será ampliada para toda a comunidade acadêmica, permitindo um debate mais abrangente sobre soluções para a questão.

Ao CadaMinuto, em resposta a questionamentos sobre o cancelamento das atividades acadêmicas presenciais e denúncias de suposto tráfico e consumo de drogas dentro do Campus, a assessoria de comunicação da Ufal disse que a instituição irá se pronunciar na próxima terça-feira (4), após a reunião do Conselho Superior Universitário. A assessoria ressaltou que "os problemas estruturais e de segurança estão sendo debatidos com os conselhos dos cursos que compõem o ICHCA".

A Universidade destacou ainda que "isso já vem sendo tratado há um ano" e, neste momento, "tudo foi suspenso para tomar novas decisões".