O Portal CadaMinuto, em parceria com o Instituto Ibrape, realizou uma pesquisa com 3.000 eleitores alagoanos para entender como a população avalia a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Com um intervalo de confiança de 95% e uma margem de erro de até 3 pontos percentuais para mais ou para menos, o estudo traz dados relevantes para o cenário político atual de Alagoas.

Segundo o levantamento, 68% da população aprova as ações do STF, enquanto 22% desaprovam. Outros 10% não souberam ou não responderam.

A faixa etária dos 35 aos 44 anos é a que mais aprova a atuação do Supremo, com um total de 72%. Já entre os que desaprovam, o maior percentual (25%) está entre a faixa etária dos 25 aos 34 anos.

Analisando o grau de instrução, a população com Ensino Fundamental completo é a que mais aprova o STF, um total de 74%. Já os com Ensino Médio completo são os que mais desaprovam, com 28%.

A Zona da Mata e o Agreste de Alagoas empataram como as regiões que mais aprovam o trabalho do STF, com um percentual de 73%. Já a Região Sul lidera a rejeição, com um total de 30%.

Segundo a cientista política Luciana Santana, o resultado está diretamente relacionado à maior visibilidade da Corte nos últimos anos e à sua atuação incisiva em momentos cruciais, como a tentativa de golpe no dia 8 de janeiro de 2023.

Ela destaca que o aumento da confiança no STF pode estar ligado à percepção de que o tribunal tem se mostrado mais atuante e decisivo. "É interessante observar essa rejeição mais baixa, mas para afirmar que houve uma diminuição, seria importante ter dados anteriores para comparar", pontuou. Ainda assim, ela afirma que, entre os três poderes, o Judiciário é o que desperta maior confiança na população.

Para a especialista, a aprovação do STF reflete, em parte, uma confiança maior nas instituições políticas brasileiras, o que é positivo para a democracia. No entanto, ela pondera que uma análise mais profunda, com cruzamento de dados, seria necessária para compreender melhor os números. 

"Se cruzarmos os dados de desaprovação com o eleitorado que votou no ex-presidente Jair Bolsonaro, pode-se identificar uma relação. Esse grupo, mais radicalizado, representa cerca de 20% da população e tende a rejeitar as decisões da Corte", explicou.

A cientista política também chamou atenção para a atuação do STF em temas que deveriam ser tratados pelo Legislativo, mas que acabam sendo decididos pela Corte devido à demora ou inação do Congresso em questões sensíveis ou politicamente impopulares. Segundo Luciana, isso pode explicar a percepção mais positiva em relação ao STF. "As pessoas têm acompanhado mais as decisões e, em muitos casos, aprovado a atuação do tribunal", disse.

Para ela, a confiança no STF demonstra um fortalecimento das instituições e uma maior atenção da população ao papel do Judiciário. "Essa aprovação é significativa porque mostra que a população, de certa forma, confia nesse poder, mesmo reconhecendo que ele assume, às vezes, responsabilidades além do seu escopo tradicional", concluiu.