A Polícia Civil realizou, na manhã desta terça-feira (28), uma coletiva de imprensa para divulgar informações sobre o assassinato de Anna Cecillya, de apenas nove anos. A criança foi morta no último dia 20 de janeiro pelo companheiro de sua tia, Victor Emanuel de Souza, de 25 anos, e por um adolescente de 17 anos, que era seu vizinho.
O corpo da menina, que apresentava sinais de violência, foi encontrado no domingo (26), em uma área de matagal no município de Branquinha, na Zona da Mata de Alagoas. Anna estava desaparecida desde o dia 20, data em que foi vista pela última vez.
Segundo o delegado Thales Araújo, que conduz as investigações, o adolescente deu detalhes completos sobre o crime durante seu depoimento. Ele descreveu toda a sistemática do ato com tanta riqueza de detalhes que as informações coincidiram com as lesões constatadas na perícia. Apesar disso, tanto o jovem quanto Victor Emanuel se recusaram a revelar a motivação do crime.
O delegado destacou ainda a frieza do depoimento do adolescente. “Ele relata, sem qualquer tipo de emoção, todo o sofrimento passado pela vítima, desde o momento em que foi obrigado a cometer violência contra ela até o momento em que foi brutalmente assassinada”, disse Araújo.
De acordo com as investigações, o jovem revelou que Victor Emanuel foi o responsável por desferir os golpes fatais contra Anna. Ele utilizou um pedaço de madeira para atingir a cabeça da criança. “Ela foi assassinada com golpes no rosto que esfarelaram o crânio.”, acrescentou o delegado.
Álibi desmentido e contradições
Durante depoimentos de familiares, o álibi apresentado por Victor Emanuel, que ele teria passado o dia em que o crime ocorreu em casa, foi desmontado por sua companheira.
Testemunhas relataram que ele foi o único membro da família que não participou das buscas por Anna. “A companheira dele contou que ele saiu pouco depois que a menina deixou a casa e só retornou por volta das 20h”, explicou Araújo.
No dia do desaparecimento, Anna teria ido até a casa de sua tia para tomar café da manhã, momento em que se encontrou com o acusado antes de toda a violência.
Embora os dois suspeitos neguem qualquer relação entre si, o delegado apontou que ambos conviviam na mesma comunidade e acredita ser improvável que o crime tenha sido cometido sem algum tipo de vínculo. “O menor conhece a vítima desde a tenra idade, ela é uma criança de nove anos, e esse maior foi morar com a tia da vítima.”
Até o momento, as autoridades descartam a participação de uma terceira pessoa. “Embora haja a possibilidade, não há indícios da participação de uma terceira pessoa”, declarou Thales Araújo.
Histórico de violência
As investigações revelaram que Anna Cecillya já havia sido vítima de abuso quando tinha apenas cinco anos. Na época, o agressor foi um ex-companheiro de sua mãe, que chegou a ser considerado suspeito no início do caso atual, mas foi descartado após ser confirmado que ele não reside mais em Alagoas.
O caso gerou grande repercussão e revolta na comunidade local, enquanto as autoridades seguem com o processo investigativo e aguardam o desfecho judicial para responsabilizar os envolvidos.
*Estagiária sob supervisão da editoria