O deputado federal Marx Beltrão (PP) cobrou “medidas urgentes do governo Lula para a redução do preço dos alimentos, que têm aumentado de forma descontrolada comprometendo milhares de famílias e fazendo a fome aumentar no Brasil. Por exemplo, o café está num preço histórico de alta, a picanha virou artigo de luxo, e o povo está sofrendo para colocar comida na mesa. Promessa não enche barriga, e o básico para sobreviver está custando caro demais”, criticou o parlamentar alagoano.

Um histórico da chamada “inflação dos alimentos” nos últimos quatro anos comprova a assertividade da cobrança de Marx Beltrão. De janeiro de 2020, pouco antes do início da pandemia, até 2024, a alimentação no domicílio ficou quase 49% mais cara, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse grupo entram todos os alimentos e bebidas comprados em supermercados, mercearias e demais tipos de comércio, para consumo em casa.

A categoria de cereais, leguminosas e oleaginosas (como arroz, feijão e outros) subiu pouco mais de 85% desde janeiro de 2020. Legumes, tubérculos e raízes (batata, cebola, tomate, cenoura, pimentão e outros) ficaram ainda mais caros, com alta média acima de 97% no mesmo período – ou seja, praticamente dobraram de preço. O ovo, mesmo sendo a proteína mais em conta, não escapou: o preço médio deu um salto de 46% nesses quase quatro anos.

Já as hortaliças e verduras ficaram 84% mais caras. As frutas, 91%. Carnes e pescados ficaram respectivamente 15% e 17% mais caros. “A Câmara dos Deputados não se furtou e vem apoiando todas as demandas que considera justas e que partem da equipe econômica do governo. Ou seja, a Câmara está fazendo sua parte. Quem não está fazendo é o governo, sem ação diante do aumento em disparada do preço da comida. Faço uma cobrança responsável, não uma crítica sem propósito. Está faltando ação efetiva e o povo não aguenta mais”, reiterou Marx.

A inflação que incide sobre esses itens preocupa a cúpula do Executivo, já que é apontada como uma das razões de impopularidade do terceiro mandato de Lula. As ações que o governo pode lançar mão, entretanto, são limitadas. O governo anunciou que vai reduzir o imposto de importação de alimentos se for necessário e descartou medidas heterodoxas, como o tabelamento de preços. “Só que o problema não acontece de hoje e algo concreto e efetivo, repito, concreto e efetivo, precisa ser feito. E não para hoje, para ontem”, finalizou o parlamentar.