O governo de Alagoas pretende processar um deputado estadual que teria divulgado números falsos sobre violência e segurança pública. Trata-se de Leonam Pinheiro Rodrigues, ou simplesmente Delegado Leonam, o nome de guerra do rapaz no teatro da política. Eleito em 2022 com uma votação que surpreendeu meio mundo, sua pauta quase única não tem a ver com as polícias. A bandeira ideológica é a vida animal.

O jovem Leonam é um cara sensível que dedica seus melhores talentos para cuidar da saúde – física e mental – dos pets. Mas, nas horas vagas, é claro que a pauta da segurança sempre aparece nas manifestações do parlamentar, sobretudo nas redes sociais. E foi pela trilha virtual que o delegado acusou o governo de “maquiar” indicadores sobre criminalidade. Numa entrevista, o governador Paulo Dantas reagiu com irritação e cogitou uma ação na Justiça. Não sei se levará isso adiante.

Delegado Leonam integra as fileiras do insuspeito União Brasil, mais especialmente a ala fundamentalista que lambe as botinas de Bolsonaro. Do mesmo time de Fábio Costa e Thiago Prado, o deputado repete seus colegas de pistola na máxima do quanto pior, melhor. Fazem oposição sistemática ao governo Lula e ao governo estadual. Tudo fica mais grave quando se recorre a falsidades e distorções para emplacar uma tese. 

O amante dos bichanos, cães e cadelinhas não parece tão amável assim com a verdade dos fatos. Bater em governos é cláusula pétrea entre os direitos de todos nós. Mas é bom que isso seja feito com argumentos lógicos e dados concretos. Os índices de violência caem em Alagoas nos últimos anos, afastando o estado daquele quadro desesperador visto durante muito tempo. É fato. É estatística do Ministério da Justiça e outros órgãos.

Como já escrevi mais de uma vez, é uma desgraceira que autoridades apelem para manipulação com assuntos sérios – como o combate ao crime e à violência. E tudo isso, claro, para faturar uns votinhos aqui e ali. Brigar com essa politicagem é dureza. O que Leonam, Fábio Costa e Thiago Prado querem é lacração – ainda que a base para isso seja de ficção. São elementos desse nível que fazem a “nova política”. Haja paciência!