O futebol é um dos esportes mais populares do mundo, mas um tema preocupante ligado à modalidade chama a atenção: a violência, que impacta tanto o desempenho quanto a saúde mental dos atletas.

Em um ambiente tão competitivo, a torcida está sempre presente em casas de apostas com bônus e nos estádios, refletindo o enorme apelo do futebol, que lidera em popularidade nas plataformas. Saiba quando apostar e quando parar.

Infelizmente, muitos criminosos se infiltram entre os torcedores, resultando em inúmeros casos de violência, tanto entre torcidas organizadas quanto contra os próprios atletas.

Recentemente, uma briga entre torcedores uniformizados do Cruzeiro e Palmeiras terminou em morte. Outro episódio lamentável no futebol brasileiro foi o ataque de torcedores do Sport ao ônibus do Fortaleza. Na ocasião, o jogador Thiago Galhardo sofreu crises de pânico e precisou ser liberado pelo clube para cuidar de sua saúde mental.

Além da violência, a saúde mental dos atletas também é impactada pelas pressões que enfrentam. Fabrício Bruno, do Flamengo, buscou a ajuda de um psicólogo particular durante a recuperação de uma lesão em 2022. Em 2024, voltou a procurar apoio profissional após enfrentar duras críticas, mesmo em um momento de conquista: sua convocação para a Seleção Brasileira. O zagueiro foi alvo de comentários negativos nas redes sociais, questionando sua merecimento da oportunidade, o que o abalou profundamente.

 

Pesquisa aborda impacto da violência na saúde mental de jogadores

 

A Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (Fifpro) realizou uma pesquisa que revelou que 84% dos atletas entrevistados acreditam que a violência no esporte contribui para problemas de saúde mental nos jogadores. O levantamento ouviu 56 sindicatos, sendo 21 do futebol masculino e 15 do feminino, em ligas como as da Espanha, França, Itália, Alemanha, Portugal e Grécia.

"A violência contra os jogadores não só causa lesões, mas pode ter impactos profundos na saúde mental e no bem-estar geral dos jogadores", destacou um trecho do estudo.

Apesar da crescente conscientização sobre a importância da saúde mental, um dado alarmante ainda persiste no futebol brasileiro: seis clubes da elite do país em 2024 não possuem um departamento de psicologia.

Hélio Fádel, membro da Associação Brasileira de Psiquiatria e psiquiatra do Comitê Olímpico do Brasil (COB), destacou que muitos atletas carregam transtornos mentais desde a adolescência. "Se a gente for mais além, muitos desses atletas têm em seu histórico de vida uma construção familiar que pode ter sido forjada na violência, seja ela doméstica ou não. Quando chegam ao clube, encontram um ambiente de competitividade. É um meio que não contribui para esses atletas. Muitos dos transtornos mentais da adolescência ao início da fase adulta coincidem com a fase ativa do jogador de futebol", explica.

Casos de violência no esporte, no entanto, não são uma novidade. Em 1998, David Beckham, lenda do futebol inglês, foi expulso em um jogo da Copa do Mundo, durante a eliminação da Inglaterra para a Argentina. Após o episódio, tornou-se alvo de perseguições e críticas ferozes por parte de torcedores, evidenciando como a pressão e a violência emocional podem impactar atletas em alto nível.

 

Cobranças já resultaram em morte

 

Um caso ainda mais extremo ocorreu em 1994, com a trágica morte de Andrés Escobar. O zagueiro colombiano marcou um gol contra na Copa do Mundo, que culminou na eliminação da melhor geração de sua seleção até então.

De volta à Colômbia, Escobar foi abordado por torcedores no estacionamento de uma discoteca. Após uma discussão sobre o ocorrido em campo, ele foi assassinado a tiros, em um episódio que chocou o mundo do futebol.