Vídeos de sexo ao ar livre em Búzios e na cidade do Rio de Janeiro geraram polêmica na internet. Mas, a verdade é que a prática é antiga e tem nome: dogging. Além disso, o fetiche tem crescido no Brasil e, em quase todas as cidades, é possível encontrar lugares demarcados pelos praticantes desse tipo de encontro.
Dados recentes da plataforma Sexlog revelam um aumento de 6,36% no interesse por essa fantasia entre 2023 e 2024, com 18,23% dos novos usuários em 2024 declarando afinidade com o tema.
O que é dogging?
Popular no Reino Unido, o termo remonta aos anos 1970, quando homens espionavam casais fazendo sexo em locais isolados – daí a associação com "cães espiando". No Brasil, o dogging segue regras específicas para respeitar os envolvidos e minimizar riscos. Os encontros geralmente ocorrem à noite ou de madrugada em locais discretos, como estacionamentos e parques abandonados. Carros costumam ser um elemento-chave, usados tanto como cenário quanto para facilitar uma saída rápida.
Crescimento regional
Embora São Paulo concentre o maior número absoluto de praticantes, com mais de 10 mil novos adeptos em 2024, estados menores mostraram o crescimento mais expressivo. O Maranhão lidera o ranking com um aumento de 25,85%, seguido por Paraná (+19,33%), Mato Grosso do Sul (+16,36%), e Alagoas (+15,97%).
Mayumi Sato, CMO do Sexlog, atribui esse crescimento a uma mudança no comportamento sexual dos brasileiros, que estão cada vez mais dispostos a explorar fantasias. “A falta de comunicação sobre desejos e fetiches entre as pessoas faz com que elas deduzam que seus interesses são incomuns e excêntricos. Nosso papel no Sexlog, como rede social adulta, é conectar quem tem essas afinidades e mostrar como algumas práticas são mais populares do que imaginávamos, reunindo um número impressionante de interessados e praticantes”,
O Fetiche e a Polêmica no Rio de Janeiro
No Rio de Janeiro, terceiro estado com maior número de praticantes (2.175 em 2024), o dogging ganhou as manchetes após a Polícia Militar intervir em um caso de sexo coletivo no Arpoador. A exposição gerou debates sobre os limites da privacidade e do consentimento em práticas ao ar livre.
Para Mayumi, embora a adrenalina de transar nesses locais seja parte do fetiche, é essencial respeitar as leis locais e o espaço de quem não participa. “A diversão não pode trazer prejuízo ou insegurança à coletividade’, reforça.
Curiosidades e Regras do Dogging
Sinais de interação: Se a luz interna do carro estiver acesa, é um convite para os observadores se aproximarem. Janelas abertas indicam permissão para tocar.
Consenso acima de tudo: Apenas interaja quando houver sinal claro de aceitação.
Discrição é essencial: Encontros em locais isolados ajudam a evitar problemas com moradores e autoridades.
Onde elas acontecem: estacionamentos, bairros com ruas mais isoladas com pouca iluminação e parques. Os praticantes são discretos na divulgação dos locais para não chamar a atenção, mas, por meio de mensagens, os encontros são marcados com quem se interessa pela prática.