A ministra interina das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, contemporizou a fala do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que o Brasil precisa mais do seu país do que o contrário.

“Pode falar o que quiser. Ele é presidente eleito nos Estados Unidos. Mas acredito que, como somos um povo que tem fé na vida, que tudo vai dar certo sempre, nós vamos procurar trabalhar não as nossas divergências, mas as nossas convergências, que são muitas“, disse a jornalistas.

No dia de sua posse, Trump respondeu uma pergunta de uma jornalista brasileira sobre a relação que terá com o presidente Lula (PT), que comparou sua até então eventual vitória ao retorno do nazismo.

“Ótima [a relação]. Deve ser ótima [a relação]. Eles precisam de nós muito mais do que nós precisamos deles. Não precisamos deles. Eles precisam de nós. Todo mundo precisa de nós“, disse o republicano.

O republicano também prometeu taxar os países do Brics, bloco comercial do qual o Brasil faz parte, se o projeto de reduzir o papel do dólar no comércio exterior avançar.

Acordo de Paris

Em um de seus primeiros atos como presidente, Trump retirou os Estados Unidos do Acordo Climático de Paris.

Para Maria Laura, a decisão do republicano terá um impacto nos termos negociados sobre as mudanças climáticas.

“Os EUA são um ator essencial, não é só a maior economia como um dos (maiores) emissores. Mas é um país que tem trazido respostas na área do clima com tecnologias, tem várias empresas envolvidas nesse debate. Estamos analisando a decisão do presidente Trump, mas não há dúvida de que terá um impacto significativo“, afirmou a ministra interina.

Trump já havia adotado a mesma medida nos primeiros meses de seu primeiro mandato.

“Para cumprir o meu dever solene de proteger os Estados Unidos e os seus cidadãos, os Estados Unidos vão se retirar do acordo climático de Paris, mas iniciam as negociações para voltar a entrar no acordo de Paris ou em uma transação inteiramente nova em termos justos para os Estados Unidos, suas empresas, seus trabalhadores, suas pessoas, seus contribuintes“, afirmou o republicano em 2017.