O Instituto Federal de Alagoas (IFAL) decidiu não participar do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) deste ano, que ocorre entre os dias 17 e 21 de janeiro. A medida, tomada pelo reitor da instituição, visa implementar um processo seletivo próprio utilizando as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM).
Em entrevista ao CadaMinuto, o professor Alexandre Fleming, que leciona no IFAL há 15 anos, explicou que a decisão foi tomada sem consulta prévia aos órgãos colegiados ou às coordenações dos cursos, e sem comunicação direta com os alunos que aguardavam para ingressar na instituição.
“Essa escolha foi tomada de forma unilateral, sem qualquer diálogo. Mais uma vez, a Proen [Pró-Reitoria de Ensino] e a Reitoria demonstram estar desalinhadas com os melhores interesses do IFAL, agindo na contramão”, afirmou em uma publicação.
Em relação ao novo processo seletivo, o docente argumenta que a instituição optou por abandonar um sistema consagrado e imparcial, adotando uma seleção via edital próprio.
“Essa mudança poderia ter sido implementada sem a necessidade de abandonar o Sisu, permitindo a coexistência das duas modalidades de ingresso”, explica.
Fleming também demonstrou preocupações sobre a transparência, isonomia e independência do novo processo seletivo, afirmando que a decisão compromete o controle e a credibilidade que o Sisu garante.
Além disso, a saída do Sisu pelo IFAL afeta diversos programas que oferecem auxílio financeiro aos alunos da instituição. “Enquanto outras universidades da região celebram avanços, o IFAL enfrenta críticas por decisões consideradas prejudiciais ao acesso e à qualidade do ensino superior em Alagoas”, finaliza.