Depois de algumas horas fora do ar no fim de semana, o TikTok voltou a funcionar nos Estados Unidos. Um alívio para milhões de americanos que não podem mais viver longe da rede social que veio da China. A volta de Trump ao poder, pelo visto, muda o destino que estava selado até ontem. Mesmo com a suspeita de espionagem para o governo chinês, o TikTok fica – ao menos por enquanto. Assunto sério na terra do faroeste.
A rede chinesa não é a única com presença ostensiva na agitada transição de governo dos Estados Unidos. Elon Musk, dono do X e outros negócios, virou ministro de Trump. Vai chefiar uma pasta criada especialmente para ele. A principal tarefa no trabalho de Musk será eliminar programas e serviços estatais. Podemos chamá-lo de ministro da Demolição. Trump & Musk. Populismo de extrema direita e oligarquia digital.
Instagram, Facebook e WhatsApp também fazem parte dessa vertigem universal. Zuckerberg, o dono da Meta, empresa controladora das três marcas, foi a Trump apresentar armas. Seus canais de interação passam ao modelo “liberou geral” quanto a checagem das informações veiculadas. A novidade arrastou o Brasil para o meio dos debates multinacionais. O impasse atravessa os três poderes da República.
O modelo e os métodos das plataformas são contestados em quase toda a Europa. Governos entendem que esses ambientes virtuais não podem agir livremente, além do ordenamento jurídico dos países. Não existe a Terra de Ninguém. A força inédita da plutocracia é um desafio ao poder político assentado há séculos.
No Brasil, em fevereiro, a brigalhada recomeça no Congresso, onde um projeto foi sabotado em praça pública, na gestão de Arthur Lira à frente da Câmara. No bate-boca, conceitos como liberdade de expressão acabam vítimas do casuísmo mais rasteiro.
De quebra, ainda tem a novíssima lei que expulsa o celular da sala de aula, nas escolas de todo o país. A regra é da mesma família do debate sobre conteúdo e acesso às redes. O poderio descomunal da oligarquia do metaverso ameaça o presente e o futuro.