O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e o Ministério da Educação (MEC) divulgaram nesta segunda-feira (13) o balanço oficial das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024.
Ao todo, apenas 12 estudantes em todo o Brasil alcançaram a nota máxima na redação do Enem 2024. Entre eles, se destaca Marina Vieira Almeida Lima, uma jovem de 17 anos, que atualmente mora em Piranhas, interior de Alagoas, até sair o resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), sonha em cursar Medicina e se especializar em Psiquiatria.
O tema da redação deste ano: “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, foi recebido com entusiasmo por Marina.
“É um tema importantíssimo e muito discutido atualmente. Já tinha escrito sobre os impactos da escravidão no Brasil, o que me ajudou na construção das teses. A herança africana é a base da nossa cultura, mas ainda é marginalizada e atacada. Essa pauta precisa de destaque e respeito”, defende.
Mesmo com todo o preparo, a adolescente confessa ter ficado surpresa com o resultado. “A sensação foi de euforia e dever cumprido. Foi um período de muito estudo, choro e cansaço. Por várias vezes tive vontade de desistir, mas, no fim, valeu a pena. Sinto-me honrada, pois mostra que todo o esforço não foi em vão.”
Agora, a jovem está ansiosa pelos resultados do Sisu e do vestibular seriado da UPE, onde tenta ingressar no curso de Medicina.
“Quero muito fazer Medicina e me especializar em Psiquiatria, então estou torcendo para que eu passe no curso, seja na UFAL, na UNCISAL ou até mesmo na UPE. Após esse resultado, estou com as expectativas lá em cima e espero que dê tudo certo, pois o meu sonho é cuidar das pessoas e das suas saúdes mentais”, acrescenta.
Da preparação a nota máxima
Ela começou a se preparar para o Enem ainda no 9º ano, aprimorando sua escrita por meio de redações semanais e participações como treineira nas edições de 2022 e 2023.
“Minha família sempre me incentivou a ler e a escrever, então isso me ajudou muito. Mas eu sempre almejei o 1000, e sabia que precisava me esforçar para isso”, conta a jovem, que, em 2024, ano que terminou o Ensino Médio, intensificou sua preparação em um curso especializado de redação.
Segundo Marina, a prática constante foi essencial. “Eu fazia redações e as entregava para correção, analisava os erros e buscava melhorar. Isso foi determinante.”
A estudante também destaca o papel do curso “Redatando”, parte da “G5 Isoladas”, em sua jornada. “Sou muito grata aos professores Gabriel Victor e Yuri Lira, que me ensinaram tanto. As aulas de argumentação foram fundamentais para desenvolver meu senso crítico e ampliar meus repertórios socioculturais.”
Para ela, a orientação dos corretores foi crucial. “O corretor Aderaldo Neto me ajudou a superar meus deslizes, especialmente em argumentação. Foi a partir dessas correções que consegui construir um esquema que se encaixava em qualquer tema”, finaliza.