Se há algo que o governo Lula 3 parece não ter compreendido até agora, é que governar em 2025 exige mais do que boas intenções e políticas públicas. Exige estratégia, especialmente na comunicação. E nisso, o governo federal vem falhando de forma clamorosa, tropeçando repetidamente em sua incapacidade de se conectar com a era digital. A máxima de Chacrinha nunca foi tão verdadeira: “Quem não se comunica, se trumbica”. E o governo está se trumbicando.
O caso mais recente dessa desconexão é a polêmica envolvendo a nova decisão da Receita Federal sobre o monitoramento do PIX. Uma medida que, ainda que tecnicamente defensável sob o argumento de combate à sonegação e crimes financeiros, foi destroçada pela narrativa pública. O governo simplesmente não soube se comunicar, e o preço foi alto: uma avalanche de fake news tomou conta do debate, transformando uma questão técnica em um escândalo político. O governo federal perdeu a batalha da narrativa antes mesmo de entrar no campo de guerra.
A comunicação oficial foi insuficiente, analógica, burocrática. Enquanto a oposição e influenciadores contrários ao governo inundavam as redes sociais com memes e alarmismo, o governo se manteve inerte, sem conseguir criar um contraponto convincente. O resultado é previsível: a medida virou sinônimo de “invasão de privacidade”, “estado policial” e “roubo”, e a popularidade do governo caiu ainda mais. A rejeição crescente é a fatura cobrada por essa ausência de comunicação estratégica.
Decisões impopulares, como o monitoramento do PIX, precisam de vacinas comunicacionais antes de serem implementadas. O governo precisa antever os ataques e desmontar as narrativas antes que elas se espalhem. Explicar, educar, humanizar a decisão. Em vez disso, a estratégia foi a pior possível.
Enquanto o governo Lula 3 permanecer preso a um modelo de comunicação ultrapassado, continuará a perder essas batalhas — e, eventualmente, a guerra.