Em comemoração aos 25 anos da formatura da primeira turma de mulheres no Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), a corporação lançou um emocionante vídeo celebrando esse marco histórico. A entrada das primeiras mulheres, em 20 de abril de 1994, foi um divisor de águas, marcando o início de uma trajetória de conquistas, superação e dedicação, que reforçou a importância da presença feminina na instituição.

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Conhecidas como as "Pioneiras de Fogo", essas mulheres representam muito mais do que força e compromisso com o trabalho. Elas simbolizam a quebra de barreiras e servem de inspiração para as futuras gerações. A formatura de 25 anos foi celebrada em 2020, e o vídeo registra, com emoção, os desafios e as conquistas dessas mulheres, além de relembrar os momentos marcantes dessa jornada, destacando o impacto positivo que elas têm no dia a dia do CBMAL e na sociedade. 

O evento celebra as conquistas das mulheres, os desafios enfrentados e o legado deixado na corporação. Elas enfrentaram grandes obstáculos nesse ambiente tradicionalmente masculino, como enfatizou o então comandante Geral do CBMAL, coronel André Madeiro, em um trecho do vídeo.

“O Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas se tornou uma das primeiras corporações do Brasil a inserir mulheres em seus quadros. Foram 63 mulheres que enfrentaram os desafios da profissão de Bombeiro Militar e, com isso, enfrentaram também as rígidas normas do militarismo. Sabemos que o ambiente era tradicionalmente masculino, e as experiências às quais foram submetidas poderiam ter feito cada uma dessas guerreiras desistir da formação. No entanto, mesmo diante dos desafios, elas venceram e criaram possibilidades que trouxeram à Corporação um olhar diferenciado sobre questões ligadas ao gênero, o que propiciou uma reestruturação no processo de formação militar, abrindo espaço para que novas mulheres adentrassem e fossem inseridas no seio da corporação.", afirmou durante a solenidade.

 

Pioneiras de fogo

A major Amélia Sandes, uma das pioneiras de fogo, relembrou sua trajetória marcada por desafios. “Estar na primeira turma é um orgulho, algo comum para quem inicia algo novo. Em 1994, fiz parte da primeira formação de mulheres no CBMAL, o que abriu caminho para outras gerações. Naquela época, enfrentamos desafios, não apenas por ingressarmos em um ambiente diferente, mas também por sermos mulheres. Vivemos o que nossos instrutores também enfrentaram, e foram evoluindo. Cada formação busca ser melhor, e isso é gratificante.”, afirmou.

Ela também mencionou os obstáculos iniciais, como a desconfiança e a resistência, e a posterior vitória na conquista da igualdade profissional. As bombeiras, apesar de receberem os mesmos treinamentos que os homens, eram, inicialmente, destinadas a funções administrativas, ficando afastadas das operações. Contudo, após muita luta, conseguiram romper essas limitações e conquistar o direito de atuar mais ativamente lado a lado com os homens. Amélia enfatizou, com orgulho, a evolução e o espaço conquistado pelas mulheres ao longo dos anos dentro da corporação.

 

Já a tenente Rosiane, que também fez parte da primeira turma, ressaltou a importância desse marco. "Ser bombeira naquela época foi extremamente importante na minha vida, mas enfrentamos muito preconceito e discriminação por sermos mulheres em uma corporação dominada por homens. Foi um verdadeiro avanço para o serviço prestado pela instituição, pois, pouco a pouco, conquistamos nosso espaço em diversas áreas de atuação: no combate a incêndios, no salvamento aquático, no atendimento pré-hospitalar e em outros tipos de ocorrência onde a presença de uma bombeira fazia a diferença. Apesar dos desafios, nós, mulheres militares, trouxemos um olhar diferenciado às questões de gênero, contribuindo para a evolução da corporação. Por fim, posso afirmar com orgulho: ser bombeira militar é minha paixão e meu maior orgulho.", destacou a militar. 

A gravação ainda registrou momentos importantes da cerimônia, incluindo discursos, orações, entrega de rosas a colegas e um desfile.