Em tese, o MDB é um partido de oposição ao prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL).

Tanto é assim, que o deputado federal Rafael Brito (MDB) foi o candidato do “ninho emedebista” a enfrentar JHC nas urnas, sendo derrotado ainda no primeiro turno, quando o atual prefeito se elegeu ultrapassando os 80% dos votos válidos.

Além disso, o MDB – na legislatura passada da Câmara Municipal de Maceió – foi a base da oposição, com Zé Márcio, Fernando Holanda, Kelmann Vieira e Joãozinho, por exemplo. Destes, apenas Zé Márcio e Kelmann Vieira se elegeram para a atual legislatura, mas a bancada ainda conta com Fátima Santiago e Alan Pierre.

Agora, coube a Vieira – em uma entrevista concedida ao Portal 7 Segundos – afirmar categoricamente que toda a bancada do MDB estará na base do prefeito JHC neste segundo mandato.

O edil, que fez uma série de denúncias contra o Executivo municipal e era um ferrenho crítico do prefeito da capital alagoana dentro da antiga composição do parlamento-mirim, agora é aliado de João Henrique Caldas e do vice-prefeito Rodrigo Cunha (Podemos).

Eis o mundo político e as voltas que ele dá…

Fátima Santiago já estava próxima ao grupo político de JHC desde o processo eleitoral passado, o que não é novidade.

Resta saber se o MDB municipal reagirá a esta posição de seus filiados ou eles (os emedebistas-jotacezistas) encontrarão liberdade plena para ocupar a posição situacionista sem serem incomodados pela sigla opositora do PL.

Por sinal, é válido lembrar que, recentemente, se especulou – nos bastidores políticos – a possibilidade de uma aproximação entre o enxadrista-mor do MDB, o senador Renan Calheiros, e o prefeito JHC.

Evidentemente, neste caso, com foco em 2026.

O que pode aproximar ambos (Calheiros e JHC) seria a possibilidade de uma “aliança branca”, já que estará em jogo a disputa pelo governo estadual e pelas cadeiras do Senado Federal.

De toda forma, os ventos políticos mostram que toda aquela árdua tarefa assumida por Rafael Brito, para se mostrar como a voz da oposição na capital alagoana, não resultou em absolutamente nada a não ser o desgaste sofrido pelo próprio deputado federal. Brito tem outra luta em dois anos: a busca pela sua reeleição, mas com o gosto amargo da derrota sofrida no ano passado.

Quando aos demais emedebistas exitosos do pleito de 2024, bem...estão buscando os seus espaços.

Afinal, se a política é a arte do possível, é também a arte da sobrevivência, o que requer acordos que envolvem os espaços onde melhores são tratados…