O governador do Paraná, Ratinho Junior, é um dos nomes do campo da direita para 2026. Sim, no meio da inflação de pré-candidatos de oposição a Lula, o filho do apresentador de TV tenta articulações, sem barulho, mas de modo consistente. É mais um que se vê como alternativa ao inelegível Jair. Uma gestão aprovada no governo paranaense seria uma credencial básica para a aventura rumo ao Planalto. Mas não é tão simples.
Mal comparando, Ratinho está entre lideranças regionais – como Renan Filho, Helder Barbalho, João Campos e outros. É um grupo que construiu trajetória nos estados e abre caminho para aspirações nacionais. O desafio na largada, para qualquer um na corrida presidencial, é romper as divisas paroquiais e falar para o país. Todos os citados, e mais alguns, estão de olho na agitada ventania que sacode galhos e raízes da política.
Reparem que Ratinho Junior já pensa em estratégia para ampliar o potencial de votos para além de seu estado. Lula é fortíssimo no Nordeste. O que fazer? O governador vai usar a suposta popularidade de seu pai, o ratão (no caso, se chama Ratinho) entre o povo nordestino. Não sabia que o agitador de auditório tinha esse cartaz todo com o eleitorado dessa região brasileira. Falta pesquisa para conferir se é isso mesmo.
Ratinho Junior não é contra nem a favor de Bolsonaro – muito pelo contrário. Nos últimos anos, ele não abraçou abertamente as insanidades do “mito”. Mas não condenou nenhum dos absurdos perpetrados pelo hoje inelegível ex-presidente. No seu ensaio de agora a uma candidatura a presidente, o governador reproduz a mesma estratégia. Falta, é claro, acertar as pontas com o PSB, partido do qual é filiado. Quem manda é o Kassab.
Para os pretendentes à cadeira de Lula, a profecia do fim do mundo em duas frentes: a miséria da economia e a ditadura comunista via Judiciário. Parece ficção, mas é o que os porta-vozes da direita esclarecida fofocam por aí. Lula da Silva, por sua vez, precisa acertar na economia e se ligar na comunicação mais intensa e direta com toda essa gente. Decisões políticas – e judiciais – terão influência. Mas essa é outra conversa.