A Polícia Civil de Alagoas cumpriu, nessa segunda-feira (06), um novo mandado de prisão contra o proprietário de uma academia localizada no Antares, em Maceió.
A prisão preventiva foi decretada após denúncias feitas pelas vítimas, tanto na delegacia quanto na imprensa, em razão de crimes de cunho sexual e ameaça. O acusado está preso desde 14 de novembro de 2024.
O inquérito que resultou na emissão do novo mandado de prisão foi concluído pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher 2 (DEAM-2), sob comando da delegada Kelly Kristynne, com o indiciamento do autor. A delegada ressalta que a investigação corre em segredo de justiça.
De acordo com a delegada, em outubro de 2024, foram instaurados cerca de oito inquéritos policiais para apurar a conduta do investigado, que, por anos, vinha assediando sexualmente suas ex-funcionárias no estabelecimento.
O caso
O dono da academia FocoFitness, unidade Aldebaran, em Maceió, Alisson Santos, foi preso no dia 14 de novembro de 2024. O Eufêmea, portal parceiro do CadaMinuto, recebeu com exclusividade as primeiras denúncias feitas por 4 mulheres, entre elas, a ex-esposa dele.
No mesmo dia em que a reportagem foi publicada, o Eufêmea recebeu outros relatos, e mais cinco mulheres registraram boletins de ocorrência. As denúncias incluem assédio sexual, violência psicológica e estupro. Até o momento, o número de mulheres que acusam o proprietário chega a nove.
Os relatos dessas novas mulheres seguem um padrão semelhante. Nenhuma delas quis ser identificada. Uma das denunciantes relatou que Alisson frequentemente pedia abraços e justificava o ato de fechar a porta da sala alegando ter ‘toc’ com portas abertas. Segundo ela, durante um treinamento, ele a agarrou, segurou sua mão e a fez passar sobre seu pênis, que estava ereto.
Uma das vítimas falou como o assédio começou de forma sutil, com comentários e gestos que ela julgava inadequados em uma relação de trabalho. “Ele falava manso, me pedia abraços quase sempre, fazia perguntas da minha vida pessoal. Tudo muito impróprio para um chefe”, afirmou.
Ela diz que o comportamento piorou quando, certo dia, ele a chamou para uma sala com a luz apagada, trancou a porta e tentou beijá-la. Ela acrescenta que foi abusada sexualmente por ele.
*Com Ascom PC