Alagoas apresenta a segunda maior taxa de inadimplência empresarial do país, com 42,83% de suas empresas enfrentando dificuldades financeiras, conforme levantamento da Serasa Experian. Isso equivale a 79.232 companhias em situação de inadimplência, um dado que posiciona o estado logo atrás do Maranhão, líder no ranking com 43% de empresas inadimplentes.
Esse cenário reflete uma situação alarmante em âmbito nacional. Em outubro, o Brasil registrou 7,0 milhões de companhias inadimplentes, o maior número da série histórica do Indicador de Inadimplência das Empresas da Serasa Experian. Esse total representa 32,3% das empresas existentes no país. As dívidas acumuladas alcançaram o recorde de R$ 156,1 bilhões, com cada CNPJ tendo, em média, 7,4 contas negativadas no período.
Impacto dos juros altos
De acordo com o economista Luiz Rabi, da Serasa Experian, a alta das taxas de juros tem sido um fator determinante para o crescimento da inadimplência. “Quando os juros sobem, o custo do crédito para as empresas também aumenta, tornando mais caro e difícil obter financiamento. Isso afeta diretamente o fluxo de caixa das companhias e sua capacidade de cumprir obrigações financeiras. Além disso, consumidores também enfrentam custos de crédito mais altos, reduzindo a demanda por produtos e serviços e impactando a receita das empresas”, explica.
Essa combinação de fatores cria um ciclo vicioso: a dificuldade de acesso a crédito e a queda nas receitas elevam a inadimplência, comprometendo a saúde financeira das empresas e, consequentemente, a economia local.
Setores mais afetados
O setor de “Serviços” lidera a inadimplência no Brasil, com 56,2% das empresas em situação de atraso. Em seguida, estão o “Comércio” (35,4%) e as “Indústrias” (7,3%). No que se refere à origem das dívidas, as empresas de “Serviços” também ocupam o primeiro lugar (31,0%), seguidas por “Bancos e Cartões” (21,1%).
Desafios para micro e pequenas empresas
Entre as 7,0 milhões de companhias negativadas, 6,5 milhões são micro e pequenas empresas, que juntas acumulam 46,5 milhões de dívidas, somando R$ 134,1 bilhões. Cada uma dessas empresas tem, em média, 7,1 contas em atraso, evidenciando a pressão financeira enfrentada por esse segmento.
Nordeste em destaque
Além de Alagoas e Maranhão, o Amapá aparece como o terceiro estado com maior inadimplência (40,8%). Esses números reforçam o peso das adversidades econômicas enfrentadas pelas regiões Norte e Nordeste, que, juntas, concentram algumas das maiores taxas de inadimplência do país.