Imagine um debate, no segundo turno da eleição presidencial de 2026, entre Pablo Marçal e Gusttavo Lima! Aí é melhor fechar o barraco e ir embora. Esse comentário não é meu. Quem disse isso foi o jornalista Ricardo Kotscho durante programa do portal UOL. A bancada discutia a notícia de que o cantor sertanejo anunciou que pretende ser candidato a presidente da República. Tratei do assunto no texto anterior.

O que, à primeira vista, surge como piada, logo passa a pautar a grande imprensa como caso sério. Na CNN Brasil, na Jovem Pan, no citado UOL e vários outros meios dedicados à cobertura política, o tema pegou fogo. Entre as especulações, alguém afirma que isso “é o sistema testando nomes alternativos ao de Bolsonaro”. Outro analista lembra Luciano Huck, que também ameaça usar a fama e a fortuna para chegar ao Planalto.

Piada, definitivamente, não é. O anúncio desse elemento, de caras e bocas harmonizadas, não caiu do céu por obra do acaso. O dublê de cantor se diz amigo de Bolsonaro e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Lima é goiano e figura de proa no agronegócio. Bolsonaristas reagiram de modo negativo à novidade do aliado. 

Nos primeiros dias de 2025, até parece que a corrida eleitoral de 2026 está na reta final. Nomes e composições são cogitados a cada rodada de conversa entre jornalistas e especialistas em eleições. Uma das ideias na praça é uma chapa com Ratinho Junior, governador do Paraná, e, como vice, Michele Bolsonaro, a ex-primeira-dama (foto).

O governador paranaense é um entre muitos que esperam substituir o “mito” na urna eletrônica – com o aval do ex-presidente. Essas hipóteses significam uma divergência sobre os planos para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Apesar de tantos pretendentes, a cara da direita para 2026, tirando Bolsonaro, é ele, Tarcísio. 

Nos lados da esquerda e do PT, o panorama é o oposto. Apesar da idade, e da cirurgia após uma queda, Lula é o nome absoluto para a disputa presidencial. Por enquanto, a movimentação pela direita é o que produz agitação quando se fala na sucessão. A condenação de Bolsonaro pelo STF, dada como certa até na Terra plana, muda o jogo.

Tudo isso para uma eleição ainda muito longe. Não importa. O noticiário indica que decisões com potencial de estragos no futuro já estão sendo tomadas agora.