Caro João Henrique, a capital Maceió, tem uma carrada de anos, exatos 209 anos, é um tanto cartilha de formação de ideias, narrativas múltiplas, vicejando territórios de histórias atemporais, muitos invisíveis.
Maceió central (o centro da capital) é rica em histórias pungentes que , ao longo dos anos e por completa ausência de interesse do executivo municipal, vai perdendo significados e significantes.
Tu já ouviste falar dos Alfarrábios, aqueles no Centro de Maceió, em um trecho da Rua Barão de Atalaia, o tradicional “paredão” e entorno da Assembleia Legislativa, João Henrique?
Alfarrábio, espaço popularmente conhecido como, Sebo é o ‘eureka’ onde tantas e muitas pessoas famintas por livros e sem recurso de comprá-los novos, encontraram a ‘salvação’ literária.
Vale um amém?
Tu já viu o preço de um livro novo?
Na época da adolescência/juventude, esta ativista, por exemplo, leitora voraz e desidratada de recursos financeiros, ( família pobre, sabe como é que é, né?) era assídua frequentadora do espaço, trocando, vendendo e comprando livros e ainda hoje os Alfarrábios são pontos de encontro, bem prazerosos.
Alfarrábio vem do latim “Alpharabus”, nome latino do grande filósofo árabe Abu Nasr Mohammad Ibn al-Farakh al-Farabi, assim chamado por ter nascido numa aldeia próxima a Farab, no Turquistão, em território hoje pertencente ao Irã.
“A frequência com que todos citavam Alpharabus ou Al-Farabi acabou transformando o seu nome em sinônimo de livro velho”,
Os Alfarrábios do paredão da Assembleia Legislativa são empreendedores, imorredouros, existem faz mais de 50 anos, na venda, compra, troca de livros usados e alguns bem raros..
É um escambo cultural e faz cerca de meio século, que vem formando muitas leitoras e leitores ávidos pelas interpretações subjacentes do mundo.
Além disso, ganha pão de dezenas de pais de famílias.
E vendo o desprezo, a desimportância com que tratam esse pedaço cultural da história maceioense, esta ativista te pergunta, João Henrique : já não é hora, de uma requalificação sustentável para os Alfarrábios do Paredão da Assembléia e do entorno?
Fala com Antonio Carvalho para criação de uma dinâmica institucional da ocupação requalificada do sustentável do espaço público, voltada para às artes, cultura e à leitura.
No centro de Maceió, que anda um tanto desprestigiado.
Um Polo Cultural!
Isso pode ser massa, né João Henrique?
Parabéns, pelo segundo mandato, como prefeito de Maceió.
Que os anos vindouros sejam fartos de possibilidades.
Salve!