Ocorrido no domingo (22), o desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, entre os estados de Maranhão e Tocantins, que deixou nove pessoas mortas, foi "criminoso". A afirmação foi dita ao CadaMinuto por um servidor público federal, da área do Transporte, que acompanha o problema na ponte há alguns anos.
Em conversa exclusiva com a reportagem, e com a condição de não ser identificado, ele contou que, na madrugada da sexta para o sábado (21) anterior ao desabamento houve um "rebaixamento" no local onde o asfalto cedeu no domingo. "Esse rebaixamento, notado por várias pessoas, é um sinal inequívoco de que a estrutura irá desabar", frisou.
"Populares informaram às autoridades de trânsito sobre o rebaixo e, no sábado mesmo, era para a ponte ter sido interditada. Já sabíamos, há pelo menos uns seis anos, que a ponte ia cair, mas o rebaixamento é o sinal mais claro do risco iminente. Os envolvidos têm que ser responsabilizados criminalmente, porque realmente foi um crime o que fizeram. Foi um crime, um absurdo não interditar a ponte do jeito que ela estava", desabafou o funcionário.
Ainda segundo o relato, a última reforma na ponte ocorreu em 1998 e não solucionou o problema no vão principal, justamente onde o asfalto cedeu. Em outubro deste ano foi realizada uma licitação para reforma da estrutura, mas ela não logrou êxito. "O preço proposto, R$ 12 milhões, foi muito abaixo do necessário para realização da obra, quando seriam necessários pelo menos R$ 40 milhões", completou, explicando uma das razões do fracasso do processo licitatório.
Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) as causas do colapso no vão central da ponte serão investigadas. A Polícia Federal também irá apurar o caso.