Após a recente repercussão sobre a falta de cirurgiões no Hospital Geral do Estado (HGE), nesta segunda-feira, 24, o Sindicato dos Médicos de Alagoas (Sinmed) denunciou a carência de pediatras intensivistas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade.
A presidente do sindicato, Sílvia Melo, esclareceu que, conforme a norma técnica, deve haver um médico para cada 10 leitos. No entanto, a realidade local mostra um cenário onde há apenas um médico para 20 leitos. "Detectamos apenas um médico na escala de vários dias, situação inadmissível".
Segundo Sílvia Melo, o plantão na UTI exige muito dos profissionais e, quando há sobrecarga, a jornada se torna tensa e exaustiva. "É, sem dúvida, um trabalho diferenciado: requer mais que conhecimento específico, por isso deve ser remunerado acima da média. Infelizmente, a Secretaria de Saúde do Estado de Alagoas (Sesau) desconsidera essa premissa. Basta ver que não existe critério sério - o valor é pago aleatoriamente nas diversas unidades hospitalares. Ninguém entende, mas o fato é que um serviço menos intenso remunera um pouco melhor", observou a sindicalista.
Ela também ressaltou que a opção do Estado por contratações temporárias, sem vínculo e garantias, desestimula os profissionais. "O ideal é absorver médicos através de concurso público efetivo – Processo Seletivo Simplificado não resolve as carências da saúde", enfatizou Sílvia Melo, apelando por mais pediatras no HGE e, sobretudo, por mais seriedade na condução da política de saúde pública.
A redação entrou em contato dom a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e o HGE, mas ainda não recebeu um posicionamento sobre o assunto.