O presépio natalino se tornou um dos principais símbolos das festas do Natal, tanto para cristãos quanto para os não cristãos. Ele representa a cena bíblica do nascimento de Jesus Cristo na cidade de Belém, em Israel. 

Confeccionado em diversas formas e tamanhos, o presépio está presente nas casas, igrejas, escolas, repartições públicas e muitos outros ambientes. A representação do nascimento do menino Jesus faz parte da nossa cultura. 

Para explicar a origem do presépio e falar sobre seu verdadeiro sentido, o CadaMinuto entrevistou o Franciscano Capuchinho Frei Gabriel Delmondes. Ele é um frade nordestino em missão na cidade de San Casciano, na Itália. 

Frei Gabriel Delmondes, OFMCap, ao lado de presépio na cidade de Grecio. Foto: cortesia

Frei Gabriel conta que o primeiro presépio da história foi feito em 1223, por São Francisco de Assis:

“O primeiro presépio da história surgiu a partir de uma inspiração de São Francisco, de celebrar o Natal de Jesus numa pequena cidade chamada Grecio, na Itália, cidade que se parecia muito com a cidade de Belém. Ele resolveu fazer um presépio vivo, que se tornou o primeiro presépio público e vivo da história.”, disse o Frei. 

O religioso explica que a partir da ação de São Francisco, o hábito de confeccionar presépios começou a se popularizar na Europa. 

“São Francisco era extremamente apaixonado pela encarnação do Verbo, pela singeleza com que esse verbo se encarna e vem até nós. Escolheu um lugar simples para nascer, em meio aos animais."

Segundo o frade, “O verdadeiro significado do presépio está associado à dimensão da Kênosis de Deus, isto é, do rebaixamento do esvaziamento de Deus.  Há uma frase que diz assim: “os meninos querem ser homens, os homens querem ser reis e os reis querem ser Deus. Mas, Deus se fez menino.”

Para Frei Gabriel, a vinda de Deus ao mundo demonstra um agir diferente em relação a maneira humana de ser: “A lógica de Deus é totalmente invertida em relação à lógica humana. E aí a perspectiva franciscana é justamente abordar esse parâmetro, esse viés do esvaziamento de Deus, da pequenez de Deus, da sua pobreza.”, destacou. 

Ao ser perguntado como podemos viver o sentido da encarnação de Jesus no nosso dia a dia, Frei Gabriel explica: “Com a busca de uma vida muito mais simples, mais singela, baseada nos valores que realmente são importantes, que realmente valem a pena. Existem muitas ilusões nesse mundo e a gente precisa aprender a perceber e ter a sensibilidade, como São Francisco, de ver as coisas que estão para além do exposto aos nossos olhos. Deus, na sua natureza divina, se esvaziou de si e se encarnou na nossa natureza humana, e se encarnou porque queria nos redimir.” completou. 

 

 

 

 

 

Foto de capa: presépio de natal de Convento de Santo André Corsini, Itália. 

*Estagiário sob supervisão da editoria.