Após duas sessões de alívio, o dólar voltou a subir ante o real nesta segunda-feira, em meio à desconfiança do mercado na política fiscal brasileira e ao avanço da moeda norte-americana no exterior, em um dia de baixa liquidez antes do Natal e sem atuação do Banco Central.
O dólar à vista chegou a oscilar acima de R$ 6,20 durante a tarde, encerrando em alta de 1,88%, a R$ 6,1850. Com isso, acumula elevação de 27,5% em 2024. Às 17h04, o dólar para janeiro na B3 subia 1,45%, a R$ 6,1885.
Na quinta e sexta-feira, o dólar caiu com avanços no pacote fiscal no Congresso e falas positivas do presidente Lula. Porém, nesta segunda, os receios voltaram a impactar o câmbio e os DIs, mesmo sem novidades fiscais, já que o Congresso está em recesso.
Profissionais destacaram o envio tradicional de dólares ao exterior no fim do ano, sem leilões do BC nas sessões recentes. O BC também não vendeu todos os contratos de swap ofertados pela manhã: dos 15.000 contratos, apenas 8.000 foram vendidos.
No exterior, o dólar avançava contra outras moedas, sustentado pela perspectiva de menos cortes nas taxas de juros dos EUA, como indicado pelo Federal Reserve. Isso fortalece o dólar globalmente, com impacto adicional no real.
A pesquisa Focus mostrou inflação desancorada, com projeções de IPCA acima da meta do BC: 4,91% para 2024 e 4,84% para 2025. O câmbio também deve sofrer pressão, com dólar estimado a R$ 6,00 no fim deste ano e R$ 5,90 em 2025.
O BC informou déficit de 3,060 bilhões de dólares na conta corrente em novembro, abaixo da expectativa de 3,344 bilhões. O déficit foi compensado pelo investimento direto no país, de 6,956 bilhões de dólares. Às 17h09, o índice do dólar subia 0,25%, a 108,060.