Viúvas daquele presidente que devastou o país e ainda tentou um golpe de Estado sabotam as medidas da atual gestão, não importa o tema em debate. É o caso de Fábio Costa, o deputado federal que usou o cargo de delegado para surfar na politicagem da extrema direita. Ele votou contra o pacote de ajuste fiscal, alegando que são os mais pobres que vão pagar a conta. É uma fala descabida, mas coerente com o falastrão.
Caso estivesse mesmo preocupado em garantir recursos para os que mais precisam, Costa deveria combater a malandragem na destinação de emendas parlamentares. Alguém viu esse valente cobrar rigor e transparência na aplicação desses recursos? Claro que não. Ao contrário, ele se lambuza da engrenagem, na moita e feliz da vida.
Não é um caso único, é lógico. O arrivista da Polícia Civil age como muitos de seus pares no Congresso. No discurso para incautos, aquele moralismo de passarela e vitrine. Mas, nos gabinetes do Legislativo, o que interessa é a partilha do butim. O mais irritante é essa demagogia rasteira, tratando o público como um bando de alucinados.
Ao longo dos últimos anos, um conjunto de fatores deu ao Brasil um parlamentarismo sem primeiro-ministro. Não cabe aqui entrar nesse emaranhado, mas na prática o Congresso empareda o governo sem parar. Câmara e Senado têm prerrogativas como nunca se viu – sem responsabilidade legal por suas decisões. Ao governo, resta negociar.
Foi o que se viu de modo explícito em todas as ocasiões em que projetos essenciais chegaram ao Legislativo. Ao parlamento, toda a liberdade para o debate, a crítica e os acordos. É do jogo. Tristeza é ver desqualificados cuja atuação se resume a garantir fortunas para suas paróquias eleitorais. E para isso, jogam sempre contra o Brasil.