O Brasil debate o pacote para reduzir gastos, que está sendo votado no Congresso. O dólar disparou e bate nas alturas, num movimento determinado por especuladores do mercado financeiro. O país escapou de um golpe de Estado que previa o assassinato do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O crime organizado se infiltra em todas as esferas da política. A vida não está fácil.
Há muitos outros temas agitando a pauta dos brasileiros. E tudo isso na reta final do ano, período naturalmente de muito barulho, estripulias e compromissos em série. Aí, do nada, nesse clima de tranquilidade natalina, algum gênio na prefeitura de Maceió achou de ter uma ideia tão luminosa quanto as iluminadas árvores de Natal. Perigo a vista.
Que tal a gente colorir ainda mais as nossas ruas? Vamos dar adeus ao Ano Velho e celebrar o Ano Novo de maneira lacradora! E como seria isso? O debate foi acalorado em Jaraguá. Parece que foi assim que a gestão de João Henrique Caldas bateu o martelo e decidiu: “faixa verde” à beira-mar de Pajuçara e Ponta Verde. E deu no que deu.
A marmota provocou tanto rebuliço, numa indignação generalizada, que todos aqueles temas nacionais sumiram da vida do maceioense. Não se fala de outra coisa que não a doideira municipal de enlouquecer com o trânsito e infernizar a vida de pedestres, comerciantes e moradores. JHC conseguiu a unanimidade: todos odeiam a faixa.
Acabo de ver reportagem sobre o assunto no AL-1, da TV Gazeta. Após o fim da matéria de Nick Marone, a informação surpreendente: procuradas, as autoridades da prefeitura não se manifestaram, não explicaram nada. É demais. Aprontam uma dessas e desprezam a população. A prefeitura acha que não deve satisfações a ninguém.
Alto lá, rapaziada! Já tem gente querendo saber se o suco e o cafezinho na prefeitura foram “batizados”. Mas esse é o lado do folclore. A sério, o povo indignado lembra que o prefeito não é dono da cidade – e JHC tem de explicar por que faz isso, e não aquilo, e vice-versa. Afinal, vale ressaltar, a capital não é o quintal de gestores transitórios.
A Justiça mandou o município desfazer essa estupidez – que atormenta a rotina de milhares de pessoas. Há juízes em Alagoas! Que a ordem seja cumprida sem demora.