m poema surgido de um médico? Quem o conheceu, desde os tempos de 1954, quando concluiu o curso pela Universidade Federal de Pernambuco, não o sabia poeta, muito menos médico religioso, pertencente a Ordem Terceira de São Francisco, da Fraternidade Santa Margarida de Cartona. Geraldo Cajueiro, como gostava de ser chamado, ou simplesmente Dr. Geraldo, atuou por muito tempo como médico clínico-geral em Arapiraca, onde se fixou com sua mulher, também médica, Dagmar Cavalcante, em 1955.
Como médico, foi contratado como perito da Previdência Social em 1960; médico-perito coordenador das perícias médica do Agreste, em 1965; integrou a equipe nacional de inquérito epidemiologista de tracoma no estado do Espírito Santo, em 1970; integrou a equipe nacional de tracomologista para avaliação de epidemia em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, em 1980; assumiu a chefia de coordenação da perícia acidentária e renda mensal-vitalícia – R.M.V., em 1981; coordenador da perícia médica rural – FUNRURAL, em 1982; médico sanitarista de último nível do Ministério da Saúde, em 1983.
De suas habilidades médicas e sanitárias todos o conheciam. E apreciavam. A veia poética e religiosa, porém, somente com a publicação do livro A Verdade, de 1994. É seu o poema Descobri Deus Sou de origem cristã, fui educado no Marista; Na primeira infância, católico praticante. Na adolescência, pensei no sacerdócio – acredita? Mas, a realidade vocacional não era penetrante”.
E segue: “Médico vocacional, presente de Deus; êxito profissional impressionante; Na grandeza material, me aproximei do ateu. E minha conduta pessoal tornou-se deformante”.
E arremata: “Terminando, confesso, sou homem feliz. O reflexo é da crucificação; tudo estremeceu… O clarim da minha felicidade é que diz: No recolhimento, na oração, descobri Deus”.
E, como num arrependimento e súplica, grita: “Perdoa-nos, meu Senhor, Os débitos tenebrosos, De antepassados escabrosos, De iniquidade e de dor”.
Para muitos que conheceram o médico Geraldo Cajueiro, os seus poemas, uma surpresa, lavam a alma; para os religiosos, uma alegria, mesmo tardia, de reconhecer no sanitarista bonachão, bom copo, o descobrir de uma outra vida. Como disse o bispo Dom Fernando Iório, da Diocese de Palmeira dos índios, em 1987: Adorador do Senhor, não poderia o escritor-poeta deixar de cultuar a Pátria num final de século, de impressionante carência de patriotismo. Amam-se os próprios interesses, não se ama a Pátria”.
Para finalizar, sem ser o fim, em A Verdade falou Geraldo Cajueiro: Não devia existir paciente indigente; Pobreza não é patologia; é uma de nossas tristezas”.
Falece o médico arapiraquense Geraldo Cajueiro aos 84 anos.
Faleceu aos 84 anos, o médico arapiraquense, Geraldo Cajueiro, um dos mais antigos profissionais da Medicina a atuar em medicina no município. Seu falecimento ocorreu na manhã do dia 23 de agosto de 2013, no Hospital Arthur Ramos, em Maceió.
O médico Geraldo Cajueiro se recuperava de uma pneumonia, ele estava internado há 45 dias, mas o quadro se agravou e ele acabou não resistindo às complicações. O médico nasceu em 13/08/1929, formado em medicina pela universidade federal de Pernambuco em 1954, Geraldo, era casado com Dagmar Cunha Cajueiro, Médica. Era pai de 7 filhos, entre ele o ex-vice-prefeito de Arapiraca, Geraldo Cajueiro Filho, médico oftalmologista Túlio José Cunha Cajueiro, Martha Rúbia Cajueiro Santos, Lucia Rafaela Cajueiro, Teófilo, Marcos Antônio Cunha Cajueiro, Flávia Maysa Cajueiro Araújo, Lucielle Karla Marcolino Cajueiro e sogro do secretário Estadual de Articulação Política, Rogério Teófilo.
Geraldo Cajueiro, foi candidato a prefeito de Arapiraca, mas problemas de saúde o impediram de realizar uma campanha mais volumosa e perdeu a eleição para Severino Leão.
Familiares confirmaram que o sepultamento ocorrerei no dia (23/09), no cemitério Parque São Francisco em Arapiraca.