Era questão de tempo. O silêncio que imperava nos bastidores políticos do interior alagoano começou a dar sinais de desgaste, e a explosão veio em Rio Largo. Como já era previsto, as tensões entre criadores e criaturas, alianças que nasceram por conveniência e sobrevivência política, chegaram ao limite. A cena tensa entre o prefeito e seu aliado, revelada publicamente, é o reflexo de algo muito maior: uma onda de desentendimentos que já afeta pelo menos seis municípios e ameaça crescer nos próximos meses.
Esses conflitos não são novidade. Quando uma relação política se baseia em interesses momentâneos, cedo ou tarde a fragilidade dessa construção aparece. Criador e criatura coexistem em uma dinâmica perigosa, onde o criador tenta manter o controle, e a criatura, fortalecida pelo poder busca se emancipar. O resultado é um embate inevitável, cada vez mais público, como aconteceu em Rio Largo.
Mas o que chama atenção não é apenas o caso isolado. É o que ele simboliza. A contagem nos bastidores já aponta para pelo menos meia dúzia de casos semelhantes em outras cidades do interior, com líderes que antes estavam unidos e agora se enfrentam em uma disputa pelo protagonismo.
Eu avisei. Rio Largo é só o começo. Janeiro está logo ali, e o relógio político não para. Que venham as próximas cenas.