Foi uma noite metafórica e magnífica em que a vida embrulhou as respostas, feito labirinto, propondo discernimento e coração aberto.
A gente estava ali, em uma noite belíssima, com cheiro morno de finitude.
O ano se vai e o que nos fica dele?
O barulho das ondas quebravam o silêncio dos mistérios do mundo, atravessado pelo diálogo , ou seria tri diálogo (?) , contendo universos de coisas acumuladas, em mentes que acreditam nas revoluções, e abarcam responsabilidades para que elas possam acontecer.
A gente é diferente, status quo, raça e etc. e tal, mas, muito igual nas coisas que acredita, e o respeito é mútuo.
‘Unus pro omnibus, omnes pro uno’.
As palavras, acesas, desbravando realidades nuas e muitas vezes, cruas, trouxeram um homem preto vestido de fome, 29 anos, maltrapilho, carregando sacolas cheias de ausências, e verdades inauditas.
-Tenho fome!
Ficou ali sentado na areia da praia, aguardando o alimento, providenciado, e se desdobrando em falar a língua dos anjos.
Não era um anjo branco.
Pessoas negras, perambulando nas ruas, são vistas como ameaças ou, subalternas, inferiores.
Esta ativista , acompanhada com outros mundos do bem querer , Alexandra Beurlen e Isaac Souto, habitou, em uma noite, abaixo do firmamento de estrelas, um momento singular, de saber, que apesar de todos os percalços cotidianos, ainda estamos vivos e unindo forças para novas caminhadas.
A vida é feita de muitas coragens e de pessoas amigas que sussurram bem dentro de sua alma:- Você não está sozinha, sempre terá a gente.
Obrigada, pela companhia, promotora de justiça e amiga, Alexandra Beurlen.
Obrigada , pela crença, defensor público e amigo, Isaac Souto.
Em uma página do Diário de 06 de dezembro de 2024, em Maceió, Alagoas