O influenciador digital e ex-policial militar, Kel Ferreti, foi preso em Maceió, nesta quarta-feira (4) após operação que investiga lavagem de dinheiro.

A prisão ocorreu durante a Operação Trapaça, cujo objetivo é desarticular uma organização criminosa (Orcrim) atuante em desfavor da economia popular e em crime de lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line.

O foco da investigação é o “Fortune Tiger”, mais conhecido como jogo do tigrinho, uma espécie cassino virtual que promete, de forma fraudulenta e/ou ilusória, supostamente, ganhos fáceis e elevados, a partir de sua promoção, numa verdadeira campanha de divulgação, envolvendo influenciadores digitais. Recentemente, operações do Ministério Público e policiais em todo o Brasil já apreenderam milhões de reais em bens de influenciadores envolvidos em esquemas similares.

A investigação do Gaesf aponta que um influenciador digital é o suposto líder da organização criminosa desse esquema milionário em que esbanja uma vida de luxo, fazendo questão de ostentá-la nas redes sociais, onde milhões de seguidores são induzidos a comprar produtos e serviços, como jogos de apostas, com promessas de prosperidade quase que imediata.

Mandados

Ao todo, foram cumpridos oito mandados de prisão e de busca e apreensão, todos expedidos pela 17ª Vara Criminal da Capital, contra pessoas físicas e jurídicas, tanto em Maceió quanto na cidade de  Ribeirão Preto, em São Paulo. Dos mandados de prisão, dois foram em Alagoas e, os outros dois, em SP.

Na casa de um dos alvos, o Gaesf apreendeu cerca de R$ 20 mil, telefones celulares, documentos e um veículo de luxo.

Os dados do Coaf

O Ministério Público do Estado de Alagoas obteve acesso aos dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que evidenciaram possível prática ilícita de lavagem de dinheiro entre os investigados. Uma empresa de publicidade, por exemplo, movimentou grandes quantias através de milhares de transferências fragmentadas, possivelmente atuando como intermediária de operações ilegais.

A apuração do Gaesf também aponta para possíveis fraudes bancárias, com movimentações suspeitas relacionadas a empresas envolvidas em golpes virtuais. Há indícios de que o grupo criminoso esteja utilizando contas bancárias para lavar dinheiro proveniente de jogos de azar e outros crimes.