Entre janeiro e outubro deste ano, Alagoas registrou 686 novos casos de HIV, conforme dados do Ministério da Saúde. No mesmo período de 2023, foram diagnosticados 641 casos, o que representa um aumento de cerca de 7%. Por outro lado, o número de óbitos caiu em 2024, de 171 para 130.

Segundo dados do Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação do Ministério da Saúde (SINAN/MS), foram registrados 759 novos casos de infecção por HIV em Alagoas no ano de 2023 e 686 casos no período de janeiro a outubro deste ano, bem como, 641 no mesmo período do ano passado.

Já os casos de Aids, que é a Síndrome da Imunodeficiência Humana, transmitida pelo vírus HIV, caracterizada pelo enfraquecimento do sistema de defesa do corpo e pelo aparecimento de doenças oportunista, foram computados 366 casos e 202 óbitos em 2023 e 224 casos e 130 óbitos no período de janeiro a outubro de 2024, contra 316 casos e 171 óbitos no mesmo período do ano passado.

A Aids é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST), cujo vírus é transmitido pelo contato sexual desprotegido. A transmissão também ocorre por meio do sangue contaminado, seja através do compartilhamento de seringas ou de mãe para filho, durante a gravidez, bem como, pela amamentação, quando não são tomadas as devidas medidas de prevenção.

Prevenção

Conforme a coordenadora do Programa Estadual de Controle do HIV/Aids, Hillary Santos, as duas estratégias de prevenção são eficazes, mas devem ser utilizadas de forma consciente e responsável. “O uso do preservativo ainda continua sendo a medida de maior difusão, mas, para públicos e casos específicos, o SUS disponibiliza da PrEp e a PEP, que são utilizados apenas mediante prescrição”, frisou.

A PrEP consiste no uso diário de medicamentos antirretrovirais por pessoas que não têm HIV, mas que estão em maior risco de contrair o vírus. Ela consiste na tomada de comprimidos antes da relação sexual, que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV. De acordo com o Ministério da Saúde, essa estratégia tem se mostrado eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção.

Em Alagoas, a PrEP está disponível em Maceió, no PAM Salgadinho, no Centro; no Serviço de Atenção Especializada (SAE) do Hospital Escola Helvio Auto (HEA), no bairro Trapiche; e na Clínica da Família do Jacintinho. Já no interior, o medicamento está disponível no Serviço de Assistência Especializada (SAE) de Arapiraca, União dos Palmares e Palmeira dos Índios.

Especialistas alertam que pessoas vivendo com HIV e/ou AIDS que não estão em tratamento ou que possuem carga viral detectável podem transmitir o vírus por meio de relações sexuais desprotegidas, compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e amamentação, caso não adotem medidas preventivas. Por isso, as autoridades de saúde enfatizam a importância de realizar o teste e se proteger em todas as situações.

Já a PEP é uma medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST). Ela consiste no uso de medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções e deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio.

Entre estes casos estão, por exemplo, violência sexual, relação sexual desprotegida, acidente com instrumentos perfuro cortantes ou contato direto com material biológico. Segundo o Ministério da Saúde, a PEP deve ser iniciada o mais rápido possível, após a exposição, e envolve o uso de medicamentos antirretrovirais por 28 dias consecutivos.

A PEP é ofertada em Maceió nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do Trapiche, Benedito Bentes e Tabuleiro do Martins; no Hospital Escola Helvio Auto (HEHA) e no Hospital Geral do Estado (HGE), ambos no bairro Trapiche, além do Hospital da Mulher, no Poço.

Já no interior, o SUS disponibiliza a PEP no Hospital de Emergência do Agreste (HEA), em Arapiraca; no Hospital Ib Gatto Falcão, em Rio Largo; no Hospital Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema; na Unidade Mista Senador Arnon de Melo, em Piranhas; no Hospital Regional do Norte (HRN), em Porto Calvo; e nas UPAS Irmã Dulce, em Marechal Deodoro; Helenilda Veloso, em Palmeira dos Índios, UPA Dr. Ulysses Luna, em Delmiro Gouveia; e UPA Dr. David Disraeli Torres, em Viçosa.

*Com Ascom Sesau