Como sói acontecer, a criação de novas ciclofaixas e ciclovias em Maceió tem gerado muitas polêmicas, até pela quase novidade.

Sim, porque já houve outros momentos em que isso aconteceu e o prefeito teve de recuar.

Recentemente, na região em que eu moro e faço a minha atividade física matinal, o Murilópolis, o surgimento de uma bem delineada ciclofaixa foi alvo de protestos, que me chegaram aos montes.

Minha opinião sempre foi a mesma: sou favorável a toda intervenção no trânsito que não priorize os automóveis - , se bem planejada, é claro.

Ao argumento, frequentemente repetido, de que essas faixas de ciclistas “roubam” espaço para a passagem dos carros, lembro que o grande mal está no fato de que há carros, e muitos, estacionados na rua, colados à calçada, aí sim deixando apenas uma pista para a passagem dos muitos veículos pela via.

Detalhe: a grande maioria possuindo garagem própria, mas optando pela comodidade de estacionar na rua.

Que elas, as ciclofaixas, se mantenham bem pintadas e preservadas e que o planejamento de trânsito da cidade encontre outras boas e civilizadas soluções. 

Mas, cá para nós, a melhor intervenção no trânsito é um transporte coletivo decente e que dê dignidade e algum conforto aos usuários.

Em tempo 

Esta semana fui abordado por um homem que passou em uma moto, se identificando como funcionário da SMTT. Ele fez questão de me “revelar” que a prefeitura está adquirindo um grande número de equipamentos eletrônicos – os pardais – para vigiar os motoristas.

Perguntei se ele sabia de algum caso de corrupção nessa aquisição. 

Disse-me que “ainda não”.

Retruquei afirmando que sou favorável. 

Mais: que acredito que a coisa mais democrática entre nós é a falta de educação no trânsito e que precisamos da lei para nos proteger de nós mesmos.

Ele não se deu por convencido: lembrou que JHC era contra os pardais, o que era “incoerência”.

Foi meu último argumento:

- Já vivi demais para esperar ainda coerência de qualquer político.

Ele riu e se despediu.