Faz 41 meses e nove dias, que Maria Clara Gomes da Silva desapareceu, em 19 de julho de 2021, aos 5 anos, de uma periferia pobre, chamada Vergel do Lago, em Maceió, Alagoas.
Maria pobre, preta, autista, periférica sumiu e a mobilização para encontrá-la foi recheada de fragilidades institucionais.
Provas reais ( a imagem da bicicleta, com uma menina levada, por dois homens) se perdeu , no meio de papéis mofados pela indiferença.
Maria se tornou uma criança descartável.
Depois de um tempo inerte, o processo sobre o caso foi ENCERRADO pela Polícia Civil, mesmo que não tenha chegado a uma conclusão.
O que aconteceu com Maria, atualmente com 8 anos?- pergunta esta ativista.
-Nada pode ser falado, pois o caso está sob segredo de estado. - responde o Estado..
O estado de Alagoas “sepultou” no esquecimento , o caso da menina Maria Clara Gomes da Silva e toda família desestruturada, como tantas outras, com histórico drogadiço, onde sempre há crianças negligenciadas.
Uma família que tenta sobreviver ao caos instalado, com o desaparecimento.
Maria tem uma irmãzinha ( HIV) e prim@s tão pobres, pretos e todos, com suposto diagnóstico de TEA.
A realidade dessas crianças é de conhecimento de muita, muita gente, mas, só quando acontece algo mais grave é que vira notícia na imprensa.
O cuidado com as crianças é prioridade do Estado, segundo o artigo 227 da Constituição Federal.
Será?
Em 2022 , a partir de um Projeto de Lei (PL), a deputada estadual Jó Pereira, propôs a criação de diretrizes de políticas públicas intersetoriais e uma rede de atendimento voltadas à prevenção e à divulgação dos casos de desaparecimentos de pessoas, especialmente crianças e adolescentes, em Alagoas.
O PL estabelecia que concessionárias e prestadoras de serviço de energia, água e telefonia do estado veiculem, nos extratos das contas mensais, fotografias e informações sobre pessoas desaparecidas.
E, que coisa legal, em 2024 , a empresa Piracanjuba, junto com as Mães da Sá, lança o Projeto Desaparecidos que consiste em utilizar a inteligência artificial para atualizar os rostos de pessoas desaparecidas nas embalagens de leite.
Segundo a empresa: ‘Nossas caixas de leite entram, diariamente, nas casas das pessoas, portanto é uma boa mídia de divulgação, potencializando possibilidades de encontrar pessoas.’
Quando se quer arruma-se um jeito.. Quando não há interesse, arruma-se desculpas.
Onde está Maria Clara Gomes da Silva?
https://projeto.piracanjuba.com.br/desaparecidos