Eu entendo que é mais fácil encontrar trabalhadores e cidadãos virtuosos em instituições virtuosas.
Evidentemente, é da condição humana, nós teremos sempre frutos podres nos melhores cestos do ramo.
Eis que a PF, e não creio que ninguém duvide disso entre os brasileiros, é a instituição policial mais profissional e qualificada do país.
Melhor ainda: a mais independente e respeitável - condição conquistada duramente pelos seus integrantes, em embates sem tréguas ao longo das décadas.
Imagino como repercute internamente o aparecimento de um dos seus agentes, em missão especial – fazer a segurança do presidente eleito – como parte de um plano criminoso.
É o caso, segundo a denúncia da própria PF, do agente Wladimir Matos Soares, integrante da organização criminosa eu planejava matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
Há de ser bem doloroso para os profissionais sérios e dedicados da instituição que aprendemos a respeitar, ao longo das últimas décadas – mesmo com todos os erros e equívocos cometidos pela mesma PF.
Mas falamos de erros e não de crimes – que ocorreram em pequeníssima escala.
Este caso, no entanto, é impactante, com similaridade apenas em algumas polícias estaduais, que, em regra, não entregam seus desviados.
Eis uma diferença fundamental: a capacidade e a determinação para a autolimpeza, resultado de um longo processo de aprendizado e convencimento interno, de depuração que orgulha os seus integrantes.
A maior gravidade, nos casos de policiais envolvidos em crimes de qualquer natureza : estamos falando do Estado armado, que tem por obrigação proteger a vida dos cidadãos, mesmo daqueles a quem os agentes públicos não dedicam seus afetos.