A pesquisa, desenvolvida por meio do Programa de Pós-Graduação de Pesquisa em Saúde do Centro Universitário Cesmac, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Maceió, o Instituto Federal de Alagoas (IFAL) e a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), avaliou a composição da saliva de pessoas com e sem câncer de boca, comparando os achados entre os dois grupos.
Foram analisadas amostras de saliva de 38 participantes, e os resultados são animadores, de acordo com Marcos Oliveira. “Nós utilizamos a biópsia líquida para a análise da composição e chegamos a um modelo de predição com acurácia de 73%, seletividade de 80% e especificidade de 70%. Isso é muito bom, porque os modelos de predição com acurácia acima de 70% já são considerados satisfatórios.”
O professor e pesquisador destaca que, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), o câncer de boca é o 5º principal tipo de câncer entre os homens, sendo mais frequente em pessoas de baixa renda e baixa escolaridade, que têm pouco acesso ao SUS e às informações de saúde. Essa realidade contribui para que o diagnóstico da doença ocorra de forma tardia. “Estamos respondendo a um problema real da população, e a melhor estratégia para o combate ao câncer de boca é a prevenção e o diagnóstico precoce.”
Marcos Oliveira também destacou que esse estudo é parte de um projeto PPSUS aprovado junto à FAPEAL em 2021, pelo qual o grupo captou R$ 102 mil para realizar a pesquisa. Ele revela que os resultados estão sendo submetidos para publicação em uma revista científica internacional. “A pesquisa continuará com um número maior de participantes para aprimorar o modelo de predição. A intenção é que um teste de diagnóstico seja desenvolvido nos próximos anos”, completa o pesquisador.