As redes sociais mudaram o mundo. Transformaram indivíduos em marcas, seguidores em moedas e curtidas em métricas de relevância. Mas no jogo real da comunicação, onde reputações são construídas ou destruídas em minutos, a pergunta essencial permanece: quem tem a última palavra? Spoiler: não é o @ do momento, e muito menos o algoritmo que dita a sua timeline.
Quando uma crise de verdade estoura — dessas que vão além do “cancelamento” da internet —, as luzes de ring light e os tweets raivosos cedem espaço para algo que as redes sociais simplesmente não podem oferecer: credibilidade consolidada. A mídia tradicional, frequentemente criticada e subestimada por quem vive de pílulas digitais, é quem realmente faz a diferença. É para ela que o público olha quando busca a verdade, e são os jornalistas com nome, sobrenome e CPF que trazem o peso da responsabilidade nas costas.
As redes sociais criaram a ilusão de que todos podem ser porta-vozes. E podem — até o momento em que a maré vira e a crise precisa ser gerida com mais do que frases motivacionais e emojis. É nesse momento que a mídia tradicional mostra por que ainda é um alicerce indispensável. Quando a fumaça da desinformação começa a se dissipar, a credibilidade, construída ao longo de décadas de apuração e compromisso, não pode ser substituída por um “bom engajamento”.
Ironia das ironias: os mesmos que desprezam a mídia tradicional, acusando-a de ultrapassada ou tendenciosa, são os primeiros a correr para os microfones e as manchetes quando precisam salvar sua própria pele. As redes sociais gritam, mas a mídia tradicional argumenta. E, no tribunal da opinião pública, é o argumento, e não o grito, que vence.
As redes são rápidas, mas a rapidez nem sempre significa profundidade. Seguir tendências é ótimo para vender produtos ou engajar posts patrocinados, mas quando a questão é confiança em um cenário de crise, as pessoas querem saber: Quem disse?
Isso não é uma ode cega à mídia tradicional — ela também tem seus desafios e falhas. Mas há algo que nenhum “like” pode comprar: o tempo. Portanto, antes de chamar a mídia tradicional de ultrapassada, lembre-se: quando a casa pega fogo, os bombeiros que realmente apagam o incêndio não são as curtidas de plantão.