A esposa de Luciano Costa Araújo, motorista do ônibus e uma das vítimas fatais do acidente ocorrido na Serra da Barriga, nesse domingo (24), relatou, em entrevista para a TV Pajuçara, que o marido sempre reclamava que os ônibus que dirigia quebravam muito, mas que não podia deixar de trabalhar.
“Antes de ele sair, ele falou para mim que aquele ônibus, que ele ia viajar, nesse dia, não ia subir. E eu falei para ele: ‘não vai, esposo’. Ele me disse: ‘mas é meu trabalho, preciso colocar o pão de cada dia em casa para vocês’. E aonde chegou a vida dele? Nesse caixão.”, desabafou Maria das Graças.
Ela prosseguiu lamentando a negligência de não se ter um veículo em boas condições para o trabalho: “Hoje, ele foi embora (morreu) por causa de quê? Negligência! De trabalho! Quem tem um transporte tem que revisar e olhar se realmente aquele ônibus tem condições de chegar naquele lugar que nós vamos.”
Maria das Graças ainda guardava um áudio enviado pelo marido na última terça-feira, onde ele falava que estava na oficina porque o ônibus que dirigia havia quebrado. “O carro quebrou, pocou a mangueira”, disse Luciano.
A esposa de Luciano falou ainda da saudade que sentirá do marido: “Um pai de família que era um marido maravilhoso, um pai bom, um homem que todo mundo gostava dele. Ele era conhecido por Mão Cheia, todo mundo gostava dele! Só fica para mim a lembrança”.