A história é como um mar revolto, onde as ondas se sucedem, algumas suaves e outras nem tanto. O mar de Jacarecica – bairro onde cresci – diz muito sobre isso. Cada movimento – da história - traz consigo promessas de mudança e, muitas vezes, o eco de um passado violento e sangrento. A primeira onda do terror esquerdista, por exemplo, foi a Revolução Francesa, que, sob a bandeira da liberdade, acabou se afogando em um mar de guilhotinas, tirania e sangue, muito sangue. Napoleão, o imperador egocentrista que se levantou das cinzas da revolução, se tornou um símbolo de como a busca por justiça pode se transformar em um novo tipo de opressão. Esse tipo de personalidade sempre fala o que a massa quer ouvir – sem escrúpulos.
A segunda onda, a Revolução Russa, trouxe com ela a “esperança” de um mundo melhor, mas o que se viu foi o terror leninista e stalinista. A promessa de um futuro social igualitário se esvaziou entre os gritos de dor dos que foram brutalmente silenciados. Kruschev, em sua famosa denúncia, revelou o que muitos preferiram ignorar: a utopia tinha um preço alto demais. Após a morte de Stalin, Nikita Kruschev proferiu um discurso secreto em 1956, no qual denunciou o culto à personalidade e os abusos de poder, como expurgos e execuções em massa. Ele criticou a falta de democracia interna no Partido Comunista e o uso do terror para consolidar seu poder.
Agora, chegamos à terceira onda, essa que se apresenta mais insidiosa, travestida de cultura e discurso fofinho. O pensamento crítico, uma vez libertador, se transforma em um dogma que não tolera a dissidência e nem a divergência de opinião. A ideologia de gênero, o racismo do bem, a censura sutil nas redes sociais. Tudo isso se junta numa sinfonia de controle que parece se expandir a cada dia. A luta por justiça social agora parece uma guerra de narrativas, onde as armas são palavras e os campos de batalha, nossas mentes.
A promessa de um mundo socialmente igualitário é sedutora, mas, como as ondas anteriores, ela pode se tornar uma tempestade, pois é, antes de tudo, antinatural, já que somos, felizmente, diferentes por natureza. O ativismo judicial descontrolado e o terror sanitário nos lembram que a vigilância é a verdadeira guardiã da liberdade. E assim seguimos, como um barco à deriva, buscando um porto seguro, mas sempre cientes de que as ondas estão lá, prontas para nos arrastar novamente.
A história é cíclica, e se a utopia esquerdista é, de fato, um vírus, então, como sociedade, como povo, devemos nos imunizar contra seus encantos traiçoeiros. O preço da liberdade, não custa repetir, é, e sempre será, a vigilância constante. Enquanto houver sonhos de igualdade social que se convertam em pesadelos de opressão, estaremos condenados a surfar essas ondas, mas sempre prontos para resistir. E, quem sabe, um dia, encontrar um novo caminho que não se baseie na repetição dos erros do passado. Como sempre me alerta um amigo: os fatos não estão nem aí para os nossos sentimentos.