Dos eletrodomésticos inteligentes e assistentes virtuais aos brinquedos tecnológicos e processos industriais, a robótica já faz parte do nosso dia a dia. Em Alagoas, a Rede Sesi de Educação Básica se destaca como pioneira ao incorporar essa tecnologia ao currículo escolar. Os resultados são promissores: alunos com desempenho acadêmico aprimorado, maior socialização por meio do ensino de novas tecnologias e programação, além de conquistas em competições nacionais e internacionais.
A construção de robôs tem o poder de transformar o processo de aprendizagem, tornando as aulas mais atrativas. No Sesi, a abordagem STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts, Mathematics) integra as áreas de conhecimento – Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática – com o objetivo de potencializar as experiências dos alunos.
Bruno Felipe, do 9º ano da Escola Sesi Centro, em Maceió, conta que melhorou muito em matemática a partir das aulas de robótica. “Nós aprendemos muito a questão da lógica, né? Então, isso interfere bastante na matéria de matemática, que trabalha a questão de cálculos e mais a logística de programação. Ela reflete não só em matemática, mas em outras disciplinas também. Com a robótica, me tornei cada vez mais focado no que eu deveria fazer na sala de aula”, afirmou.
Tandara Cordeiro está na 1ª série do ensino médio e tinha as mesmas dificuldades que o Bruno. Assim como ele, a robótica ajudou a superá-las durante o processo de montagem do robô. “A gente utiliza matemática para calcular o diâmetro da roda, a circunferência e muitos outros cálculos. Então, me fez ter mais interesse e gostar mais da matéria”, revela. Segundo ela, a disciplina traz outros benefícios. “A robótica trabalha diversos aspectos, desde a comunicação. Ela ajuda o aluno a emergir mais na sala de aula, a prestar mais atenção. Facilita bastante o aprendizado”, conta.
Entre as fases da robótica educacional estão a pesquisa, a descoberta e a construção da máquina a partir de conhecimentos adquiridos em sala de aula. “A robótica faz com que o aluno teste, experimente, obtenha conhecimento por meio da pesquisa, da socialização com os colegas, através da negociação sobre um tema proposto. Isso é fundamental porque faz o aluno navegar por vários temas, o ajuda a desenvolver a autonomia e a consolidar a autoestima”, explica a diretora da Escola Sesi Centro, Alessandra Damacena.
Ela reforça que a educação tecnológica é fundamental em um mundo no qual até tarefas como acender uma lâmpada não são feitas como antes. “Como a gente não vai trazer isso para um estudante do sexto ano, do sétimo, até o terceiro ano do ensino médio? A manipulação da tecnologia tem que fazer parte da realidade deles. E a gente traz, através da robótica, a lógica, a programação e a iniciação científica. Tudo junto, por meio dessa ferramenta pedagógica que é tão importante”, afirmou.
De aluno a instrutor de robótica do Sesi. Na sua trajetória, Joab Almeida destaca que a robótica proporciona desenvolvimento interdisciplinar. “Os alunos ampliam, na verdade, as habilidades que eles já possuem. [Tem] a parte de comunicação, a parte de expressão, a parte de fundação teórica, de pesquisar e verificar se aquela fonte é confiável”, ressalta.
A robótica é um diferencial para os estudos e para a vida. “Esse método científico é o que fortalece cada vez mais o desempenho deles nas atividades acadêmicas também. Os alunos saem daqui preparados já para um nível de universidade mesmo, porque eles sabem construir um projeto científico, eles sabem realmente questões de regras da ABNT, toda a linguagem portuguesa, gramática toda. Eles saem do Sesi já em um nível acima da média”, concluiu.