A Quitéria é uma ( penso eu) agora  ex-moradora de rua.

A idosa preta, pobre e drogadiça ( só uso álcool-afirmava ela) viveu nas ruas por mais de 10 anos.

Tem uma história familiar de conflitos e deserções.

Com Quitéria, esta ativista teve longas conversas no cotidiano das caminhadas matinais, quando a encontrava no entorno da Lagoa da Anta.

Quitéria tem a sabedoria das ruas, um olhar perspicaz sobre o mundo, mas, o consumo de álcool a deixava irritadiça, agressiva, por conta disso foi internada algumas vezes, e , aí, d’uma hora pra outra,  se deu o sumiço da casa-lar onde habitava:- Cadê, Quitéria? perguntamos na circunvizinha e falaram que tinha sido mais uma vez interna.

O fato data ,de mais ou menos um ano, e ontem, dia 20 de novembro, voltando de uma missão, pela janela do carro avisto uma senhora, com um cachorrinho pequeno porte, na coleira., passeando em uma rua da orla.

Fiquei preocupada, porque mesmo da janela do carro, vi que a senhora,  andava lento, como a carregar um certo peso do mundo e  rua deserta oferecia perigo.

Daí quando olho de frente, pra mulher dei um grito, de pura euforia:

- É a Quitéria! A Quitéria voltou.

Não deu para parar o carro e abraça-la, mas, ontem, no 20 de novembro vi Quitéria e acho que ela está bem.

Que bom!