A Associação Famílias de Anjos do Estado de Alagoas (AFAEAL) bloqueou uma das vias da Avenida Fernandes Lima, na manhã desta terça-feira (19), em protesto em frente ao Centro Educacional de Pesquisa Aplicada (Cepa), no bairro do Farol, em Maceió. 

O objetivo do ato é chamar a atenção do Governo do Estado para incluir Alagoas em um programa de cirurgias do Ministério da Saúde e de cobrar o avanço do Projeto de Lei 6064/23.

A associação, que auxilia no tratamento de crianças afetadas pela Síndrome Congênita de Zika (SCZ), além de outras alterações neurológicas, destacou em vídeo que o programa lançado no último dia 4 de novembro exclui Alagoas e exige que as crianças afetadas pela doença tenham direito ao tratamento.

“Isso é uma negligência inaceitável! Precisamos lutar para que nossas crianças também tenham acesso a esses cuidados essenciais, que podem melhorar a qualidade de vida de muitas delas, que, inclusive, estão fora da sala de fisioterapia porque não suportam mais as luxações no quadril.”, disse a presidente da AFAEAL, Alessandra Hora.

O trânsito segue congestionado no sentido Centro após o protesto. As equipes do Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) estão no local para organizar e auxiliar no desvio do fluxo por vias transversais. A Polícia Militar está no local com o Gerenciamento de Crise. 

Também estão protestando os trabalhadores do Hospital Veredas, que bloquearam na manhã de hoje, o outro lado da Avenida Fernandes Lima, ocupando a faixa da via no sentido Tabuleiro dos Martins, queimando pneus e com galhos.

 

 

Eles cobram o salário de outubro, que está em atraso, o pagamento dos juros do 13º salário de 2022, que só foi pago nesta semana, além do complemento do piso salarial dos enfermeiros, que está sendo retido pela administração do hospital desde abril deste ano. 

Sobre a assistência às crianças com Microcefalia, que causou o protesto em frente ao Cepa, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) esclarece que, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), o atendimento às crianças com microcefalia é realizado de forma bipartite, com ações conduzidas pelo Estado e pelos municípios de origem dos pacientes. 

“Nesse contexto, foi estabelecida a Linha de Cuidado e o Fluxograma da Assistência aos Casos com Suspeita de Síndrome Congênita STORCH + Z associada à infecção pelo vírus Zika e a outras síndromes, conforme a Resolução nº 105. Essa resolução foi aprovada pelos gestores municipais e estaduais em reunião da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), realizada no dia 18 de dezembro de 2021, e publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) em 23 de dezembro do mesmo ano”, acrescenta. 

A pasta afima ainda que no que compete ao Estado, as ações estão sendo garantidas por meio das solicitações das Secretarias Municipais de Saúde (SMS) das cidades de origem das crianças. Entre os serviços assegurados pelo Estado estão: exames de tomografia computadorizada para diagnóstico de microcefalia, ecocardiograma, ultrassonografia computadorizada, eletrocardiograma e BERA, além de consultas com neuropediatra, oftalmologista, otorrinolaringologista, ortopedista, cardiologista pediátrico, pediatra, pneumologista, geneticista e gastropediatra. 

“Para prevenir episódios de convulsões, a Sesau também assegura a distribuição de medicamentos para as crianças previamente cadastradas no Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (Ceaf), anteriormente chamado de Farmex. 

“A Sesau ressalta, no entanto, que cabe às Secretarias Municipais de Saúde garantir o transporte das crianças e de um acompanhante até um dos 18 Centros Especializados de Reabilitação (CERs), onde são realizadas as sessões de estimulação precoce, essenciais para o desenvolvimento cognitivo. Além disso, também é responsabilidade dos municípios oferecer o acompanhamento periódico por equipes multidisciplinares e-Mult, incluindo pediatras, por meio do Programa Saúde da Família (PSF), e garantir consultas especializadas sempre que necessário”, destaca trecho da nota.