Um plano para assassinar Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB) após a vitória nas eleições de 2022 foi discutido em 12 de novembro daquele ano na residência do general Braga Netto, de acordo com investigações da Polícia Federal (PF). A informação foi publicada pela jornalista Andréia Sadi, em seu blog no G1. 

A reunião foi confirmada pelo general Mauro Cid, ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL) e atualmente colaborador da Justiça. A existência do complô foi reforçada por documentos apreendidos com o general de brigada Mario Fernandes, preso nesta terça-feira (19).

Segundo a PF, Braga Netto estava presente na reunião, que também contou com a participação de Mauro Cid e dos majores Hélio Ferreira Lima e Rafael de Oliveira, estes dois também presos sob suspeita de integrar o grupo que arquitetou o assassinato de Lula e Alckmin, planejado para ocorrer em 15 de dezembro.

Após o encontro, o major Oliveira teria enviado a Mauro Cid um arquivo no formato Word, intitulado Copa 2022, detalhando a logística e os custos iniciais para as operações clandestinas. O plano incluía a utilização de uma tropa de elite do Exército conhecida como "kids pretos", da qual faziam parte os militares envolvidos.

Além disso, a PF revelou que o monitoramento de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator de processos que investigam Bolsonaro, também foi iniciado após essa reunião. Moraes seria outro alvo das execuções planejadas.

Nome forte no governo Bolsonaro

Braga Netto foi um dos nomes mais fortes do governo Bolsonaro. Ministro da Defesa e ministro-chefe da Casa Civil, acabou escolhido pelo ex-presidente para compor a chapa que tentou a reeleição em 2022.

Para a PF, o general é um dos nomes mais envolvidos na tentativa de golpe de estado para manter Bolsonaro no poder apesar da derrota nas eleições, e dificilmente escapa de indiciamento no inquérito que investiga o caso.

*Com informações do Blog da Andréia Sadi, no G1