Redes sociais transformaram-se em confessionários de carências e vitrines de egos inseguros. É como se, a cada post, houvesse um grito silencioso: “Olhem para mim, eu existo!” Mas, no fundo, o que existe é um eco ensurdecedor de solidão.

Exibir-se constantemente não é liberdade, é prisão. A compulsão por expor cada detalhe da rotina – do café na xícara decorada ao sorriso milimetricamente ensaiado – revela muito mais do que se quer mostrar. Não é felicidade, é um grito abafado de insegurança. Como um artista que precisa de aplausos para validar seu talento, há quem busque curtidas para validar a própria existência.

Ao contrário do que muitos acreditam, quem posta demais não compartilha vida. Na verdade, o exagero denuncia um vazio que precisa ser preenchido por olhares externos. O exibicionismo digital clama por aprovação, por aceitação.

Então, antes de postar aquele próximo “clique perfeito”, pergunte-se: “Por que preciso mostrar isso?” Talvez, no fundo, você perceba que o que busca não está do outro lado da tela.